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Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 13-07-2015 - 09:38 -   Notícia original Link para notícia
Falta franqueado e varejo busca ajuste

Redes que dependem de franquias para se expandir estão sendo obrigadas a rever projetos porque há menos investidores no mercado. Considerado modelo interessante de expansão para o varejo, já que exige menos capital da empresa para ampliar a atuação, as franquias vêm sustentando os planos de grandes grupos, mas a crise afetou o ciclo de crescimento mais acelerado.


O receio de franqueados com lojas já instaladas em fazer novos desembolsos num período de desaquecimento econômico - com crédito caro e escasso e aumento do prazo de retorno sobre o investimento - tem efeito sobre os planos de expansão, dizem especialistas. Um dos caminhos acaba sendo buscar antigos franqueados para tentar aumentar a base de lojas.



"Até há uma possibilidade, que começa a ser discutida, de que com a crise se prolongando, aquele que perdeu o emprego pode optar por abrir uma franquia como forma de buscar um novo caminho. Mas isso também depende da intensidade da crise, porque se a crise se acentuar, o receio de investir e não der certo também cresce", diz Luiz Alberto Marinho, sócio diretor da GS&BW, consultoria especializada no setor de shoppings.


Sindicatos e associações ouvidas confirmam a fase de ajustes. O Grupo Boticário informou, semanas atrás, que terá um plano de aberturas menor para 2015 - 50 inaugurações, versus 120 em 2014 - e, segundo apurou o Valor, no primeiro semestre houve queda na velocidade de fechamento de contratos de novas franquias para a marca Boticário em relação ao ano anterior. A empresa não confirma a informação.


Desde março, pelo menos quatro grandes cadeias anunciaram que irão abrir formatos de lojas menores e com produtos mais baratos, que exigem menores desembolsos de investidores. Entre essas redes estão: Imaginarium, Marisol, Mahogany e Divino Fogão, com lojas que custam, pelo menos, a metade do modelo tradicional.


"Buscamos alternativas. Se a fase atual não estivesse tão difícil, não desenvolveríamos um novo modelo, com um custo, em média, cerca de 30% menor que as lojas da marca", disse, dias atrás, Newton Ribeiro, presidente da Imaginarium.


Dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF) mostram que o mercado de franquias ainda têm taxas de crescimento duas a três vezes superior ao comércio em geral, mas há perda de ritmo de expansão (veja gráfico ao lado). A ABF projeta uma alta do faturamento do setor entre 7,5% e 9% em 2015. Portanto, o mercado pode ter uma queda real nas vendas, já que ao se descontar a inflação estimada (9% para IPCA), a projeção é de retração de 1,5% à estabilidade.


O número de marcas deve aumentar 8% neste ano - o índice foi de 8,8% em 2014. Essa taxa de 8,8% foi o menor percentual de crescimento anual verificado pela ABF na série histórica.


De acordo com o Sindicato dos Franqueados do Estado de São Paulo, em época de desaquecimento econômico cresce a revenda de pontos entre os franqueados, mas a loja continua a funcionar, e por isso as estatísticas do setor não contabilizam o ritmo de troca de dono dos pontos, disse Angelo Agulha, vice-presidente do sindicato. Segundo ele, os retornos mais baixos que o projetado pelas franquias em shoppings, por causa da desaceleração nas vendas nesses empreendimentos, acabam refletindo nos atuais planos de investimento dos franqueados.


Segundo um empresário de franquias, há desvantagem tributária das redes com lojas próprias, porque estas pagam, em média, 20% a mais de INSS do que as franquias. Mas há vantagem no pagamento do ICMS, porque a rede entra em um regime especial de tributação, com uma alíquota menor do que a franquia. Para buscar uma condição tributária mais vantajosa, muitas redes acabaram iniciando projetos com franquias nos últimos anos, disse a fonte.


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