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Diário do Comércio online - BH (MG) ( DC Turismo ) - MG - Brasil - 11-07-2015 - 11:42 -   Notícia original Link para notícia
Capital registra maior queda média no preço das diárias


Um ano após a realização da Copa do Mundo, Belo Horizonte foi a cidade-sede com maior queda média no preço das diárias em junho: 46%. A Capital puxou a média nacional em praticamente um ponto percentual. A média das 12 capitais registrada foi de variação negativa de 35,17%. Tirando Belo Horizonte da conta, a queda registrada foi de 34,19%. Fortaleza e Manaus foram as capitais que acompanharam Belo Horizonte mais de perto, com variação negativa de 43% e 42%, respectivamente. A cidade com menor variação foi São Paulo, com menos 9%, seguida de longe por Rio de Janeiro e Curitiba, ambas com menos 28%.

O preço médio cobrado em Belo Horizonte foi o mais barato em junho: R$ 223. Logo depois vieram Porto Alegre e Salvador, ambas com R$ 230. O Rio de Janeiro cobrou a diária média mais cara: R$ 464. Os dados são o tHPI (Índice de Preços de Hotéis Trivago).

De acordo com a responsável pelo marketing da Trivago para o Brasil, Isadora Alfers, os resultados, embora pareçam alarmantes, estão dentro do esperado. "Como estamos analisando exatamente um ano após a Copa do Mundo, devemos pensar que naquela época houve um aumento grande e pontual por causa do evento. Por isso os números assustam, mas sabíamos que haveria uma forte queda no pós-Copa. Além disso, a crise ajuda a compor um cenário que justifica a redução de preços como estratégia para atrair clientes", explica Isadora Alfers.


Superoferta - Em Belo Horizonte, a chamada crise de superoferta enfrentada pelos hoteleiros é mais um dos fatores que explica o desempenho da Capital. A falta de espaços adequados para grandes eventos é um complicador para a cidade. Para o executivo de vendas do Belo Horizonte Plaza, Fabrício Morais, o mercado ainda não absorveu a nova oferta de hotéis a partir dos que foram inaugurados para atender a Copa do Mundo.

"Todo o mercado sofreu com a inauguração de tantos hotéis. Os estabelecimentos de Belo Horizonte vivem primordialmente do público corporativo e ele permanece inalterado de lá para cá. Dessa forma, estamos rateando os mesmos clientes por um número muito maior de quartos. A estratégia desses novos hotéis foi baixar as tarifas e os demais tiveram que se adequar. uma questão de sobrevivência. Do outro lado, o jeito é controlar ainda mais os gastos, principalmente com insumos como água e energia elétrica", afirma Morais.

Para o gerente nacional de vendas do Ouro Minas Palace Hotel, Alisson Martins, é importante avaliar o desempenho do mês com anos que não sejam 2013 e 2014, impactados pela Copa das Confederações e pela Copa do Mundo, respectivamente. "Os dois últimos anos tiveram os meses de junho e julho totalmente diferentes. O que acontece é que não temos demanda suficiente para ocupar essa nova e ampliada oferta. A crise econômica impacta fortemente as cidades de negócios e como não tivemos investimentos em infraestrutura de eventos estamos sofrendo mais", avalia Martins.

A estratégia de baixar os preços, porém, deve ser implementada com cuidado. Simplesmente atrair clientes pode não ser o suficiente para fechar as contas no azul. "Não entramos na briga de preços. Estamos, claro, negociando muito, mas não podemos abrir mão da qualidade que oferecemos. Os custos fixos são muito altos, especialmente a folha de pagamento e não há como baixar a partir de um certo nível. A única boa notícia é que podemos fazer desse fato um diferencial, mostrar que Belo Horizonte é uma cidade com boa estrutura e barata", avalia o gerente nacional de vendas do Ouro Minas.

O diretor de Marketing e Vendas da Vert Hotéis, Bruno Guimarães, ressalta que a queda da demanda por causa dos fracos resultados da economia nacional e o aumento do oferta pelas abertura de novos hotéis formaram um painel negativo para a hotelaria da Capital. " complicado analisar junho de 2015 contra junho de 2014 por causa da Copa. Não foi apenas o preço que caiu, mas a ocupação também. Estamos com média de 40% contra 58% em junho passado. E como estratégia para uma cidade corporativa, a redução de tarifas não resolve tudo. Isso não vai aumentar os desembarques em Confins", analisa Guimarães.

Para o executivo, se nada for feito rapidamente o processo de recuperação dos valores das diárias pode demorar até seis anos. "Há anos falamos sobre a falta de espaços para grandes eventos em BH. Esperamos, como de costume, por um segundo semestre melhor que o primeiro, mas não vejo chances de uma recuperação expressiva até meados do ano que vem. Precisamos alinhar uma melhora da economia geral, investimentos em infraestrutura com a solução dos impasses sobre o centro de convenções municipal e Expominas (Centro de Feiras e Exposições George Norman Kutova) e uma promoção adequada do destino", aponta o diretor de Marketing e Vendas da Vert Hotéis.


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