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Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 10-07-2015 - 10:00 -   Notícia original Link para notícia
Churrascaria Porcão tenta voltar às origens

Ampliar a rede de churrascarias Porcão e Vento Haragano e vender as participações que possui em outros segmentos de negócios é, agora, a prioridade da Brasil Alimentos (Brazal), nova denominação da Brasil Foodservice Group (BFG). No mês passado, a empresa fechou duas unidades do Porcão no Rio, uma na Barra, outra em Ipanema. Mas o presidente da Brazal, Lucas Zanchetta, esclarece que ambas passarão por uma reforma que deverá durar dois meses.


"Existe um sentimento disseminado de que o Porcão faliu, mas vamos combater isso, inclusive com uma campanha de marketing, porque não é verdade. Estamos trabalhando na reestruturação da empresa. E vamos focar a rede de churrascaria, que sempre foi o principal negócio e expandir pelo Brasil e exterior", afirma Zanchetta, há seis meses no cargo.


O sentimento de que o Porcão vive dificuldades tem razão de ser, uma vez que já há alguns anos a rede apresenta prejuízos e aumento do endividamento, além de várias trocas societárias. Quando as unidades no Rio fecharam para reformas, dias atrás, houve funcionários protestando contra salários atrasados. Zanchetta afirma que a empresa fez um corte de 10% dos funcionários, por conta de sua reestruturação e do cenário econômico atual, e nega o atraso nos pagamentos. A empresa acumula vários processos trabalhistas, segundo ele, da gestão anterior. "Os problemas que temos são frutos de má gestão, de projetos que não deram certo. Houve um plano de expansão muito malfeito", diz.


Segundo ele, a administração anterior decidiu explorar um novo nicho, o Porcão Gourmet. Em vez das churrascarias, de alto padrão, foram abertas dez lojas, mas que tinham metade do tíquete médio e eram "self-service". "Não deu certo porque as pessoas iam esperando a churrascaria e encontravam outra coisa. O projeto foi mal divulgado. Essas lojas sempre foram deficitárias e sangravam o grupo".


As dez lojas começaram a ser abertas em 2013, e em 2014 já estavam todas fechadas. Agora, a rede quer focar no seu "DNA de churrascaria de alto padrão", diz o executivo, com as sete lojas atuais, três no Rio (duas em reforma), duas em São Paulo, com o nome Vento Haragano, uma em Brasília e outra em Belo Horizonte. O plano também é promover a expansão para outros Estados e exterior. Zanchetta relata conversas já mantidas para abrir unidades em Hong Kong, em Dubai e nos Estados Unidos.


"O sucesso da abertura de capital da rede Fogo de Chão na bolsa americana é um indicativo do potencial do negócio. Vamos voltar a crescer com o DNA da rede", diz.


A questão, agora, é encontrar recursos para financiar esse projeto. Com a imagem deteriorada no mercado, como Zanchetta mesmo reconhece, ele pretende viabilizar a expansão sem captações, mas com venda de ativos. Além da churrascaria, a Brazal tem investimentos em uma termelétrica no Espírito Santo e duas plantas frigoríficas. Nas contas dele, os ativos valem R$ 500 milhões, recursos mais que suficientes para capitalizar a empresa, embora ele reconheça, quando questionado, que nas negociações não conseguirá vender os ativos por esse valor.


A termelétrica nunca operou, embora tenha os equipamentos comprados e ainda não entregues. "Já recebemos propostas para a venda do negócio para investidores internacionais, ou existe a possibilidade de fazermos uma joint venture para operar. Nos habilitamos para um leilão de contrato de longo prazo de compra e venda de energia para dar andamento às negociações", disse. Já os frigoríficos foram arrendados para a Marfrig.


Com relação ao retorno à empresa da família Mocellin, fundadora do negócio, Zanchetta afirma que um dos integrantes aceitou um acordo, mas o outro ainda não. As negociações continuam. A volta dos fundadores seria uma forma de resolver pendências judiciais, a partir da conversão de dívida em ações.


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