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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 08-07-2015 - 08:49 -   Notícia original Link para notícia
Com queda nas Bolsas da China, 940 empresas saem dos pregões

Só ontem, 173 suspenderam negociação. Xangai cai 27% em 30 dias


- RIO E XANGAI- Os mercados de ações da China têm registrado fortes quedas, e analistas já começam a temer uma crise financeira que pode afetar o crescimento da segunda maior economia do mundo - com consequências para todos os países. Ontem, mais 173 empresas com ações listadas nas bolsas de Xangai e Shenzhen suspenderam a negociação de seus papéis. Com isso, já são 940 empresas, ou mais de um terço do total presente nas duas bolsas, informou o diário de negócios "Financial Times". Segundo estimativas da agência Bloomberg, isso representa um volume financeiro de US$ 1,4 trilhão.


KIM KYUNG-HOON/REUTERSPara baixo. Investidor toma notas em uma corretora em Pequim: queda das Bolsas preocupa


Ontem, Xangai caiu 1,3%, e Shenzhen, 5,3%. No acumulado em 30 dias, as duas bolsas registram queda de 27,4% e 35,6%, respectivamente. Mas, no período de 12 meses, Xangai ainda tem valorização de 80%, e Shenzhen, de 73% - o que levou alguns bancos, como Credit Suisse e Bank of America, a alertarem sobre uma bolha no mercado acionário chinês.


DESACELERAÇÃO DA ECONOMIA PREOCUPA


Segundo o "FT", a recente queda seria consequência de um cerco do governo à compra de ações com recursos financiados. A estratégia seria exatamente uma resposta a temores de bolha.


Mas, em vista do rápido declínio dos índices dos mercados de ações, Pequim entrou em cena. Em uma tentativa de manter o patamar dos índices, o governo suspendeu temporariamente as operações de abertura de capital (oferta pública inicial de ações, IPO na sigla em inglês) e reduziu as taxas de corretagem. No último fim de semana, criou um fundo de US$ 19 bilhões, a ser usado pelas 21 principais corretoras do país para comprar ações e, assim, conter a queda dos papéis. Mas, ressaltou Hersz Ferman, analista da Elite Corretora, o cenário começa a ficar preocupante quando as iniciativas não dão resultado.


- Essas ações não vão conseguir conter a queda no mercado acionário, pois as altas na Bolsa ocorreram sem fundamentos e foram impulsionadas por ações pontuais do Banco Central chinês para estimular o crescimento, como a queda dos juros. E, com isso, começou um movimento de compra de ações dos chineses e houve um efeito manada. Agora, eles se deram conta de que é uma bolha e vai estourar - explica Alexandre Espírito Santo, professor do Ibmec-RJ.


Para ele, se os mercados chineses continuarem em ritmo de queda livre, as expectativas de crescimento da China serão afetadas, o que vai se refletir nas economias de Europa, Estados Unidos e países emergentes, como Brasil.


- Para o Brasil isso é muito preocupante, porque a China é um parceiro muito importante no comércio exterior. Qualquer problema lá, afeta a nossa balança comercial - diz Espírito Santo.


Lauro Vilares, analista técnico da Guide, aponta como reflexo para a economia real a queda no preço das commodi


ties, como minério de ferro e petróleo, que vêm recuando desde o ano passado. Ele lembra que já há projeções de que a China cresça entre 5%e 6% na próxima década, contra os atuais 7% de expansão.


- O que ocorre agora na China é uma correção de uma alta exagerada. Podemos estar no início do estouro de uma bolha, mas ainda é cedo para saber. A China é hoje a maior importadora de


commodities do mundo. E quando as expectativas (de crescimento) se reduzirem, as commodities vão cair ainda mais - afirma Vilares.


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