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Diário do Comércio online - BH (MG) ( DC Turismo ) - MG - Brasil - 04-07-2015 - 10:58 -   Notícia original Link para notícia
Trem aquece economia de Rio Acima

O projeto Trem das Cachoeiras, implantado em 2012 em Rio Acima, município da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), completou, na última semana, três anos em funcionamento. Atualmente, a maria-fumaça, que percorre um trajeto de 6,5 quilômetros dentro da cidade vizinha à capital mineira, recebe cerca de 1.200 visitantes por mês. A expectativa é de que essa média cresça e alcance 1.800 até o final deste ano.

Segundo o coordenador de implantação da iniciativa, Flávio Iglésias, 31.200 pessoas já fizeram o passeio até agora, número que supera em mais de três vezes a população de Rio Acima, estimada em 9 mil habitantes. A maior parte dos visitantes, 33%, é de Belo Horizonte, enquanto 20% são de Contagem e outros 20% de Betim, municípios da Grande BH. Os demais chegam de várias outras cidades mineiras e até de outros estados, como Rio e São Paulo.

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Para aumentar o movimento, Iglésias ressalta a necessidade de levar novos atrativos para o Trem das Cachoeiras. No momento, ele recebe ocasionalmente uma flautista voluntária, além de apresentações de teatro e violão. "Além disso, em junho, mês dos namorados e de Santo Antônio, lançamos uma novidade por final de semana. Em julho, devido às férias escolares, pretendemos apostar mais no público infantil", adianta ele.

Iglésias acrescenta que está em busca de um chef de cozinha interessado em oferecer um jantar dentro do trem, o que atrairia também os casais. Todas as ações ampliam o interesse pela atração e, ao mesmo tempo, aquecem a economia local e reduzem o êxodo do trabalhador, que muitas vezes precisa deixar Rio Acima para conseguir um emprego.


Economia local - Conforme o coordenador, o projeto criou, até agora, 17 empregos diretos. Indiretamente, ele calcula que o Trem das Cachoeiras tenha beneficiado 200 pessoas, entre comerciantes e proprietários de lanchonetes, restaurantes e pousadas. Os empresários à frente desses estabelecimentos comemoram os benefícios trazidos pela atração turística e acreditam que o seu fortalecimento possa melhorar ainda mais a economia local.

O sócio-proprietário do Restaurante e Pousada Zilda, Luis Carlos de Souza, iniciou os negócios praticamente junto com o começo do funcionamento do trem, há três anos. "Ele virou um ponto estratégico dentro da cidade e acredito que metade do movimento que tenho hoje seja por causa dele, principalmente nos finais de semana", comemora o empresário.

O proprietário da pizzaria Trem Bão, Carlos Alberto Rocha Elias, observa que os passeios de maria-fumaça contribuem para reduzir os impactos provocados pela atual crise financeira. Ele nota que o público é, em sua maioria, formado por famílias que querem levar as crianças para conhecer o trem.

Em seu restaurante, ele já recebeu não somente moradores de Belo Horizonte e outros municípios próximos a Rio Acima, mas também do Rio e São Paulo. "Eles chegam a Minas Gerais para conhecer cidades como Ouro Preto e Congonhas e se interessam em fazer o passeio quando ficam sabendo a respeito", diz.

A proprietária do restaurante Subida do Morro, Lelena Lucas, elogia a iniciativa que, na visão dela, evidencia as belezas naturais do local. "Ideias como essa melhoram Rio Acima e o desempenho do comércio local. Mas acredito que a cidade possa ser mais acolhedora e espero que a prefeitura seja capaz de aproveitar mais as possibilidades que ela oferece. Quem conhece Rio Acima sempre comenta sobre o quanto o local é privilegiado", comenta.


Início - A ideia de implementar o Trem das Cachoeiras começou em 2007. Na época, foram realizados estudos com o intuito de definir qual caminho seria percorrido pela maria-fumaça. A princípio, havia três opções: seguir um trajeto dentro de Rio Acima, ir até Nova Lima ou Itabirito, municípios vizinhos.

A limitação de recursos motivou a escolha da primeira possibilidade, orçada em pouco mais de R$ 2 milhões. O valor foi financiado com recursos de Flávio Iglesias, por meio da sua empresa, o Centro de Referência Ambiental e Turística (Crat), da prefeitura de Rio Acima e da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA).

O passeio passa por diversos pontos turísticos, mas a grande estrela, para Iglesias, é a maria-fumaça da década de 1920. O veículo alcança até 40 quilômetros por hora, porém, em decorrência de normas estabelecidas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a velocidade ao longo do passeio não ultrapassa os 12 quilômetros por hora.


Futuro - Ainda há planos de estender o projeto até Nova Lima, totalizando um percurso de 6,5 quilômetros. A ampliação demandaria R$ 6 milhões em investimentos, montante que deverá ser aplicado na construção da estação, reposição dos trilhos e aquisição de mais uma locomotiva. Iglesias, entretanto, lamenta a falta de verba. "A cidade está passando por um período de ajuste financeiro e, se as obras não começarem até outubro, elas devem ter início somente no próximo mandato", afirma.

Para levar o trem até Itabirito, seria necessário captar uma verba ainda maior, de R$ 30 milhões. Como se trata de um trecho bem mais longo, de 15 quilômetros, ele teria que ser feito por meio de uma Litorina - vagão ferroviário com motor a diesel e condutor próprio, independente de locomotiva tracionadora. Portanto, não há previsão de quando essa etapa deve começar a ser executada.

Para embarcar no passeio do Trem das Cachoeiras, o vagão simples custa R$ 22 e o panorâmico, com ar-condicionado, R$ 60. Idosos com mais de 60 anos ou crianças de até 12 anos não pagam. O trem conta com rampa de acessibilidade para portadores de necessidades especiais.


Palavras Chave Encontradas: Criança
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