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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 03-07-2015 - 09:17 -   Notícia original Link para notícia
Cinco bancos devem fechar acordo com Sete Brasil dia 14

Sondas, previstas para até 2020, agora levarão 20 anos, calcula Petrobras


A Sete Brasil, empresa criada em 2010 para viabilizar a construção de sondas para o pré-sal, deve fechar no próximo dia 14 uma solução negociada com a Petrobras e um grupo de cinco bancos sobre as encomendas de unidades. Segundo uma fonte próxima às negociações, a Petrobras reduzirá os contratos de aluguel de sondas de 28 para apenas 19.


O prazo para entrada em operação das sondas também foi alterado. Antes, a Petrobras trabalhava com a previsão até 2020. Agora, a expectativa é que elas fiquem prontas ao longo de 20 anos.


Endividada, a Sete Brasil enfrenta dificuldades desde que se tornou alvo da Operação Lava-Jato, que cita o pagamento de "comissões" entre a empresa e representantes de estaleiros. No novo redesenho de encomendas, o BNDES não deverá mais financiar a construção das sondas. Antes dos escândalos, o banco de desenvolvimento seria o principal financiador do projeto. Em janeiro, o banco chegou a anunciar que apoiaria a empresa com empréstimo de R$ 8,8 bilhões para a construção de um primeiro grupo de nove sondas, além de prometer subscrever debêntures (títulos de dívida) da companhia. O financiamento não chegou a ser liberado. Procurado, o banco de desenvolvimento não comenta o assunto.


Na nova configuração do financiamento, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú e Santander, que são credores da Sete, vão emprestar recursos para o projeto de 19 sondas, em operações de longo prazo.


COBRANÇAS DE DÍVIDAS SUSPENSAS


A crise da Sete Brasil teve forte impacto sobre a indústria naval. A empresa havia contratado anteriormente a construção de 28 sondas junto a cinco estaleiros do país: Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Pernambuco; Paraguaçu, na Bahia; Brasfels, no Rio; Jurong, no Espírito Santo; e Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Desde novembro do ano passado, porém, por falta de recursos, suspendeu os pagamentos aos estaleiros.


Segundo uma fonte envolvida na negociação, para se chegar a essa versão reduzida das encomendas ficou acertado que "ninguém cobrará nada de ninguém". Na prática, isso significa que os bancos suspenderam a cobrança dos empréstimos de curto prazo à Sete Brasil num total de US$ 3,6 bilhões. O prazo para o fechamento de um acordo termina no próximo dia 14. Se a negociação for concluída com êxito, os cinco bancos devem liberar outros US$ 4 bilhões em empréstimos.


Apesar do avanço nas negociações, o imbróglio envolvendo a Sete Brasil ainda está longe do fim. Segundo uma fonte, os próximos meses serão marcados por discussões sobre a configuração das sociedades de propósito específico (SPEs), criadas para cada sonda, com vários sócios. Falta definir o que fazer com as empresas criadas para sondas que não vão mais sair do papel, além de resolver questões de caixa.


Procuradas, a Petrobras evitou falar sobre o assunto. A Sete não confirmou as negociações, mas disse que a empresa "segue atuando em busca da viabilização de seu plano de reestruturação". O que se discute agora é a contratação de apenas 15 sondas com a Sete e outras quatro com a Odebrecht.


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