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Valor Online ( Brasil ) - SP - Brasil - 30-06-2015 - 09:17 -   Notícia original Link para notícia
A setor privado dos EUA, Dilma enfatiza a 'nova' política econômica


Dilma, Levy e Monteiro em encontro com investidores em Nova York, ontem


Em duas reuniões com executivos de peso dos EUA, a presidente Dilma Rousseff se empenhou ontem, em Nova York, em mostrar o seu compromisso com o ajuste fiscal e em melhorar o ambiente de negócios do país, ouvindo elogios pela mudança na política econômica no segundo mandato. Por iniciativa própria, falou das mudanças na governança da Petrobras e da questão da corrupção, afirmando que o Brasil tem instituições fortes e os órgãos de investigação atuam com independência. Também citou o programa de concessões em infraestrutura.


O consultor-sênior do Citigroup, Bill Rhodes, classificou como "muito boa" a apresentação realizada por Dilma no encontro com 12 representantes do mercado financeiro americano. Um dos principais nomes da renegociação da dívida externa do Brasil e de outros emergentes na década de 80, lembrou que neste ano o Citi completou cem anos de atuação no país. Rhodes foi o único dos presentes na reunião com pesos pesados de Wall Street a falar com jornalistas. O ex-secretário do Tesouro Tim Geithner, hoje na Warburg Pincus, e Larry Fink, da Blackrock ,saíram sem dar declarações.


O segundo encontro do dia contou com 21 executivos de empresas do setor produtivo e o de serviços, como o presidente do braço internacional do Walmart, David Cheesewright. Ele afirmou que a reunião foi "muito positiva", dizendo-se "encorajado por algumas das reformas" promovidas pelo país. Segundo Cheesewright, Dilma falou das iniciativas para tornar mais simples fazer negócios no Brasil e melhorar o sistema tributário. "O Brasil é um mercado muito importante para nós. Tudo o que for feito para facilitar o nosso trabalho e permitir que cresçamos mais rapidamente será muito valorizado", disse ele, lembrando que a empresa tem 550 lojas e emprega 80 mil pessoas.


Durante a reunião, alguns participantes elogiaram a mudança da política econômica e fizeram pedidos para redução da burocracia, segundo fontes. Os participantes foram selecionados pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e um dos objetivos foi reforçar o compromisso da presidente com o ajuste fiscal. Mas Dilma também falou de inclusão social, do projeto de transformar o Brasil num país de classe média.


Presidente da Anheuser-Busch Inbev, Carlos Brito também disse que o encontro foi muito positivo. "Achei importante a iniciativa de se aproximar de empresas aqui nos EUA, de estar aberto a sugestões." O executivo considera o baixo crescimento do Brasil "totalmente" transitório. "Nós sempre somos muito otimistas com o Brasil. Os fundamentos, como a classe média, a demografia, os recursos naturais, não mudam."


Em rápida entrevista, Levy disse que os encontros foram muito bons, com "gente muito confiante no Brasil". Segundo ele, a presidente destacou os investimentos no país e que o Brasil está tomando todas as medidas para retomar o crescimento.


O ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, enfatizou que os participantes do encontro têm uma visão de prazo mais longo sobre o Brasil, e reconhecem os esforços que o Brasil está promovendo para equilibrar a economia. "Nós sabemos que o Brasil tem de perseverar no ajuste, tomar medidas para contenção da inflação e sobretudo criar um melhor ambiente de negócios nos Brasil", disse.


Segundo Monteiro, nas reuniões a presidente "tomou a iniciativa de dizer que o Brasil está aperfeiçoando, que a Petrobras está aperfeiçoando sua governança, adotando medidas de compliance, renovando o conselho, a gestão". No caso do combate à corrupção, ela enfatizou "o aperfeiçoamento no plano legislativo e sobretudo da autonomia do Ministério Público e da institucionalidade no Brasil, um país onde órgãos de investigação são autônomos e atuam independentemente do governo".


Depois dos encontros, Dilma encerrou seminário de oportunidades em infraestrutura no país, falando do Programa de Investimento em Logística (PIL), com cerca de 460 participantes, dos quais 81% estrangeiros. Disse que Brasil e EUA têm muitas semelhanças. "Nós temos um grande mercado consumidor, somos uma economia de mercado, temos tradição de transparência, respeitamos contratos e temos uma institucionalidade bastante forte no que se refere à segurança jurídica", disse ela. Em entrevista, afirmou ter dito aos investidores que o ajuste fiscal tem uma parte conjuntural e outra que é estrutural, como as mudanças no seguro-desemprego e na pensão por morte, citando ainda o realinhamento de preços relativos, o esforço para ampliar a participação do crédito privado no crédito total e na ampliação do mercado de capitais.



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