A ausência de sinais de retomada na demanda levou a confiança dos empresários varejistas ao pior nível em cinco anos. O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) da Fundação Getulio Vargas (FGV) registrou queda de 1,4% entre maio e junho de 2015, para 90,7 pontos, o menor nível da série, iniciada em março de 2010. Para o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), Aloisio Campelo, o cenário acendeu sinal de alerta para o emprego no setor.

O indicador registrou piora nas percepções tanto sobre o momento presente quanto ao futuro. Entre os dois sub-indicadores componentes do ICC, o Índice da Situação Atual (ISA) - que retratou o grau de satisfação com a demanda - recuou 2,4%, com o mínimo histórico de 60,2 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE) caiu 1,0% entre maio e junho, para 121,1 pontos.

No caso das expectativas, a maior contribuição para a evolução desfavorável foi do indicador que mede o grau de otimismo em relação à evolução da situação dos negócios nos seis meses seguintes - que caiu 1,5% em relação ao mês anterior. Na prática, o setor não vê melhora na demanda no curto e de médio prazo. Um exemplo citado foi o tópico "fatores limitativos à melhora dos negócios", incluído na edição de junho da sondagem do comércio. Ali, fatia de 44,4% dos pesquisados apontou demanda insuficiente como obstáculo principal à melhora dos negócios. Foi o maior percentual da série histórica da sondagem, para essa pergunta.