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Estado de Minas Online ( Gerais ) - MG - Brasil - 29-06-2015 - 08:26 -   Notícia original Link para notícia
Diversão garantida com vias fechadas aos domingos

Na Avenida Bandeirantes, Walquíria Fonseca aproveitou para aprender a patinar com Patrick Bonnereau


Os contornos verdes da Serra do Curral, o espelho de janelas do Edifício JK e o ar bucólico do casarão da Fazenda do Leitão no Museu Histórico Abílio Barreto se tornam mais envolventes sem o som de pneus rodando e motores acelerados. Essa sensação de proximidade e integração com paisagens-símbolo de Belo Horizonte é uma das vantagens que a população experimenta aos domingos com o fechamento do trânsito no entorno de praças e vias movimentadas, como a Avenida Bandeirantes, a partir da Praça JK; a Avenida Prudente de Morais, depois da Avenida do Contorno; e o entorno da Praça Raul Soares.

Desde 2009, ruas e avenidas em 21 localidades - onde diariamente o tráfego intenso de veículos deixa poucas brechas ao público - são fechadas aos domingos pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) dentro do programa "No Domingo a Rua é Nossa", para a livre circulação de pedestres, ciclistas, patinadores, skatistas, pilotos de velocípedes e carrinhos de bebê. E é a própria atitude dos frequentadores, ao ocupar esses espaços, que garante diversão e segurança, já que não há banheiros públicos, brinquedos instalados especialmente para a ocasião e a segurança feita por guardas municipais e policiais militares é eventual.

O asfalto liso da Avenida Bandeirantes deixou de beneficiar apenas a circulação dos pneus de carros e permitiu ontem que a funcionária pública Walquíria de Cássia Borges Fonseca, de 37 anos, sentisse o giro macio das rodas de seus patins, dando mais segurança para que ela aprendesse suas primeiras manobras junto com o professor Patrick de Oliveira Bonnereau, de 33. "Venho aqui para caminhar e a tranquilidade é tanta que aproveitei para aprender a patinar. Acho essa uma iniciativa muito legal e que beneficia a todos. Vejo muitas famílias trazendo os filhos. Um ambiente de muita liberdade", disse Walquíria. O professor de patinação conta que o espaço livre é ideal para trazer os alunos que estão começando a aprender as técnicas do esporte. "Quanto mais cedo a pessoa vem, mais espaço tem para praticar porque têm menos pessoas", afirma.

Outra vantagem que o professor Patrick vê no fechamento da Avenida Bandeirantes é a formação de um circuito de serviços. "Nos dias de semana, as pessoas só têm a praça (JK). Com o fechamento da Bandeirantes, ganhamos um bulevar com lojas, restaurantes, cafés, padarias, lanchonetes", cita. A falta de guardas municipais e policiais não parecem ser um problema, de acordo com ele. "Nunca vi nenhum problema, apesar da ausência do estado. Acho que só a demarcação dos bloqueios de ruas (da BHTrans) e a presença dos agentes de trânsito inibem qualquer violência", disse.

PEDALADAS NA PRUDENTE Na Avenida Prudente de Morais, as pessoas que fazem caminhadas aproveitam para passar na padaria e voltar para casa com um saco de pães quentinhos. Pais despreocupados trazem os filhos pequenos para pedalar no meio da avenida, podendo se distrair até para conversar com os vizinhos sobre o jogo de futebol de mais tarde ou sobre algum projeto para o condomínio. "Sem esse espaço, a gente só encontra as pessoas se combinar, nos corredores e elevadores do prédio. Dá uma sensação de cidade do interior essa proximidade com a comunidade", afirma o aposentado Euclides Maciel, de 73 anos. Mesmo o frio, que espanta boa parte dos frequentadores, não intimida tanto e os circuitos de corredores e caminhantes se adapta às frestas entre edifícios onde o sol pode aquecê-los.

Um dos endereços mais movimentados do Hipercentro de Belo Horizonte também abre espaço para os pedestres aos domingos. Com o fechamento do trânsito de veículos, o entrono da Praça Raul Soares se transforma em pista de cooper e os espaços abertos permitem ao sol aquecer quem se exercita do vento frio que desce entre os edifícios das avenidas Amazonas, Augusto de Lima, Bias Fortes e Olegário Maciel. O espaço abriga grande quantidade de moradores de rua, mas a presença deles usando a água da fonte para matar a sede ou lavar suas roupas não incomoda quem usa o asfalto para se exercitar. "Sem os carros parece até que estamos em outro lugar. E a praça é segura, nunca tive problemas. Acho que é porque ela fica aberta para todos e todos respeitam isso", disse o trabalhador autônomo Victor de Souza, de 27, que mora no Centro e aproveita os domingos para correr e admirar os edifícios que parecem escondidos pela rotina frenética da semana.


 



Victor de Souza sempre corre no entorno da Raul Soares aos domingos


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