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Valor Online ( Brasil ) - SP - Brasil - 24-06-2015 - 09:05 -   Notícia original Link para notícia
Levy diz que seria "precipitado" rever a meta fiscal agora


O ministro Levy admite que economia está 'desacelerando', mas afirma que isso não é devido ainda ao ajuste fiscal


O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que é precipitado discutir, neste momento, a meta de superávit primário de 2015. Segundo Levy, o governo ainda conta com receitas extraordinárias, decorrente da abertura de capital da resseguradora IRB e da retomada de atividades do Carf - para fechar o caixa. Ele definiu o momento econômico como uma ressaca e admitiu que a arrecadação está abaixo do previsto e que a economia está desacelerando, mas frustrou as expectativas de alguns agentes do mercado que chegaram a cogitar um anúncio sobre ajustes na meta fiscal. "Acho que é um pouco precipitado qualquer movimento em relação à meta. Não adianta querer tirar o sofá da sala", afirmou Levy, após o lançamento do livro "Avaliação da Qualidade do Gasto Público e Mensuração da Eficiência", ontem.


Ele admitiu que a arrecadação tem caído além da elasticidade normal e isso teria relação com os programas de reescalonamento de dívidas. "Temos desequilíbrio quase que estrutural entre arrecadação recorrente e despesas", disse. Segundo o ministro, se necessário outras medidas para elevar receita e cortar despesas serão tomadas, mas ele não vê necessidade neste momento. Neste ano, o governou está comprometido com um superávit R$ 66,3 bilhões (cerca de 1,1% do PIB). Na semana passada se intensificaram discussões sobre eventual revisão da meta para algo entre 0,6% e 0,8% do PIB.


De forma irônica, Levy afirmou que não conversou com ninguém sobre a possibilidade de revisão da meta fiscal. Questionado sobre o tema, ele disse estar "fascinado" com as notícias veiculadas sobre o assunto, com informações que são "completamente desconhecidas" por ele. "Tem me elucidado sobre vários aspectos e mostrado talentos de várias amigas aqui que eu não imaginava. Mas de todo modo são sempre construtivas e informativas, especialmente para mim", disse Levy, tirando gargalhadas dos presentes.


"A economia, não vou fazer mistério, tem desacelerado", disse. Mas, segundo ele, essa desaceleração "não é devido ainda ao ajuste", pois a redução da despesa pública não foi tão significativa. Levy destacou que vários choques de oferta atingiram a economia. "Estamos sendo mais comedidos, mas não estamos fazendo uma trava tão forte nem aumento de impostos tão significativos. Tivemos um pouco de Cide e está se discutindo a questão previdenciária. Não é por causa disso", afirmou.


Sobre o período de ressaca pelo qual o país está passando, Levy disse que a boa notícia é que ele passa. Para o ministro, o momento é de "travessia" para que no médio e longo prazos se tenha soluções estruturais para o gasto público, com priorização e mais eficiência, mais resultados com menos gastos, com mais concorrência, empresas mais leves. Parte dessa travessia passa pela reforma do ICMS e do PIS/Cofins, prevista para 2016. Segundo Levy, a situação hoje é bastante diferente do começo do ano: "É importante sinalizar o quanto reduzimos os riscos".


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