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Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 24-06-2015 - 10:48 -   Notícia original Link para notícia
Comolatti compra todos os ativos da americana Affinia no Brasil

O grupo Affinia, multinacional americana que atua no mercado de autopeças de reposição, acertou por R$ 361,3 milhões a venda de seus negócios no Brasil a distribuidores locais, num acordo que inclui a fábrica dos amortecedores Nakata em Diadema, na Grande São Paulo.


A Pellegrino, distribuidora de autopeças da Affinia, foi comprada por R$ 215 milhões pelo grupo Comolatti, dono da Distribuidora Automotiva, maior empresa do Brasil na distribuição de peças de reposição. Já o braço industrial, que engloba a produção de autopeças - como os amortecedores Nakata -, foi vendido por R$ 146,3 milhões a uma sociedade formada, entre outros investidores, pelas distribuidoras Auto Norte (sediada em Recife), Cobra (empresa paulista especializada na distribuição de rolamentos) e a própria Distribuidora Automotiva.


Os dois contratos de compra e venda foram assinados no dia 12 e a expectativa é que a operação seja concluída no segundo semestre, a depender do cumprimento das cláusulas contratuais e do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Embora tenham sido negociados separadamente, o fechamento de um negócio depende da conclusão do outro, permitindo assim à Affinia alienar todos seus ativos no país.


Sergio Comolatti, presidente do grupo que leva o nome de sua família, diz que após a compra da distribuidora de peças Sama, em 1966, essa é a segunda maior aquisição da companhia paulista em 58 anos de história. "Começamos as negociações após uma reunião entre nossos sócios há cerca de um ano e meio", diz o empresário, um dos maiores revendedores no Brasil de caminhões Volks e Iveco.


A desvalorização dos ativos, dado o momento difícil atravessado pelo setor, a possibilidade de ganhar em sinergias com a unificação de departamentos e, ao mesmo tempo, reforçar a posição em mercados no Norte, Nordeste e interior de São Paulo estão entre os motivos que atraíram o grupo ao negócio. Fora isso, Sergio diz que a transação fecha uma porta de entrada a grandes multinacionais que poderiam se tornar uma ameaça, caso comprassem os ativos da Affinia.


Com uma base de 27 mil clientes em 2,5 mil cidades brasileiras (cobrindo aproximadamente 95% do mercado), a Pellegrino tem uma rede de 22 armazéns de peças e faturamento estimado em R$ 800 milhões.


O grupo Comolatti, cujo faturamento gira ao redor de R$ 3 bilhões, ganha assim escala para negociar em melhores condições com fornecedores. Embora não cite isso como objetivo do negócio, Sergio Comolatti diz que os fornecedores de seu grupo são, em sua maioria, os mesmos dos 60 fabricantes de autopeças que abastecem a Pellegrino. Sem dar nomes, ele afirma que o movimento de consolidação será totalmente financiado por bancos privados.


A Affinia, por sua vez, pretende usar o caixa levantado na venda das operações brasileiras para pagar dívidas e fortalecer a estrutura financeira. A multinacional informa que a transação se insere na estratégia global de concentrar a atuação no negócio de filtros.


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