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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 24-06-2015 - 09:22 -   Notícia original Link para notícia
Cartões e cheques têm mais clientes inadimplentes

Modalidades cobram taxas de até 360% ao ano, as mais altas do mercado


- BRASÍLIA- Além de menos crédito na praça, os dados do Banco Central ( BC) mostram, de fato, que o consumo dos brasileiros está retraído. As aquisições de veículos caíram 2,1% em maio. Já os valores de novos empréstimos de crédito pessoal recuaram 4,7%.


- O comportamento do mercado de crédito segue o ajuste macroeconômico em curso, num processo que foi iniciado em 2014, principalmente no ajuste da política monetária. Também faz parte desse cenário o menor crescimento da atividade econômica neste ano e no ano passado. Esses fatores se refletem, tanto do lado da oferta, quanto do lado da demanda - analisou o chefe do departamento econômico do BC, Túlio Maciel.


A fala foi para responder se o recuo do crédito teria sido causado por cautela dos bancos ou pelo medo das famílias de tomar empréstimos, num momento em que o desemprego cresce.


CHEQUE ESPECIAL: JURO DE 232%


As famílias recorreram mais aos créditos de curto prazo e não ao crédito direcionado ( que inclui o habitacional), que mostrou uma queda de 14,4% nas concessões só no mês passado. Já o nível de calote da pessoa física aumentou nos dois tipos de crédito. No geral, a inadimplência subiu de 3,7% para 3,8%. Nos créditos livres, foi de 5,3% para 5,4%, no segundo mês de alta.


A inadimplência das famílias subiu 0,8% no cheque especial. E a taxa de juros dessa modalidade subiu ainda mais: saiu de 226% ao ano para 232% ao ano. É a maior desde quando o BC passou a registrar o dado em 2011.


Já o calote no crédito rotativo do cartão de crédito cresceu 0,7%. Quem não consegue pagar a fatura amarga uma conta salgada. Os juros dessa modalidade estão em nada menos que 360,6% ao ano em média. Em abril, essa taxa era de 347,5% ao ano.


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