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Valor Online ( Brasil ) - SP - Brasil - 23-06-2015 - 08:26 -   Notícia original Link para notícia
'Top 5' já vê IPCA de 2017 em 4,5%

A expectativa do grupo de cinco instituições que mais acertam nas projeções de inflação, conhecido como "Top 5", indica, pela primeira vez, na pesquisa Focus divulgada ontem pelo Banco Central, que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estará no centro da meta de 4,5% de 2017 a 2019, prazo compreendido pelo relatório de mercado.


Para o BC, esse é um avanço importante na coordenação das expectativas e decorre da firmeza com que está conduzindo o compromisso de levar a inflação para a meta em dezembro de 2016. A postura determinada diante das pressões inflacionárias, decorrentes da desvalorização da taxa de câmbio e da forte correção dos preços administrados, estaria começando a se traduzir em ganho de credibilidade para o BC.


Autoridades da área econômica do governo chamam a atenção para a inflação mensal, ainda muito elevada, e assinalam que, segundo os prognósticos oficiais, o IPCA mensal deverá ceder para a casa de 0,3% a 0,4% entre agosto e outubro. Os índices mensais este ano foram muito pressionados e acumulam, até maio, uma variação do IPCA de 5,33%.


Se a inflação ceder como previsto e, mais ainda, se os dissídios salariais mostrarem que o mercado de trabalho está de fato respondendo ao aperto monetário, aí sim a política monetária terá cumprido seu papel de combater a disseminação do aumento de preços pelo resto da economia. A inflação este ano superará em muito o teto da meta de inflação estipulada, chegando próxima a 9%.


Para o governo, as negociações salariais de setembro darão importante sinal. Por enquanto, os dissídios estão repondo a inflação e, em alguns casos, até permitindo pequeno ganho real. Se os reajustes não perderem força, a luta anti-inflacionária dificilmente terá sido bem-sucedida.


O BC sabe, porém, que quanto mais perseverar, maior será a pressão política contra o aperto monetário. Mas avalia que sem o estrito controle da inflação não haverá o restabelecimento da confiança dos agentes privados e, portanto, também não haverá a retomada dos investimentos. O risco de parar o trabalho da política monetária no meio do caminho é condenar o país a um longo período de estagnação, entendem economistas oficiais.


A esperança, na área econômica do governo, é a de que o pior período do ano, representado pelo segundo trimestre, esteja passando. Não que o terceiro trimestre traga alguma importante melhoria nos indicadores de atividade. Mas a tendência, segundo essa análise, seria parar de piorar para se obter uma ligeira melhora no último trimestre do ano, ainda que meramente estatística.


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