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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 21-06-2015 - 12:24 -   Notícia original Link para notícia
Descuido que significa prejuízo

Usuário que deixa de conferir extratos de contas e de cartões de crédito abre espaço para perdas e fraudes, inclusive na internet



Brasília - Poucos brasileiros têm o hábito de verificar em detalhe suas movimentações financeiras. Extratos bancários não são conferidos, nem a fatura do cartão de crédito, e muito menos a conta vinculada do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). É comum, também, não investigar a causa de descontos em cobranças não reconhecidas. Esses hábitos podem trazer sérios prejuízos, levando dinheiro suado para o ralo. O descuido abre as portas para a prática de fraudes por funcionários de instituições financeiras mal-intencionados e a atuação de gangues hábeis em crimes cibernéticos. O educador financeiro Reinaldo Domingos alerta para o fato de que cabe ao cliente controlar os recursos aplicados ou gastos em compras.



"É importante que, com frequência, o trabalhador examine detalhadamente a origem de cada cobrança e a periodicidade de todos os depósitos. Mesmo que ele confie suas aplicações a um bom especialista, não deve se  esquecer de que é o dono daqueles recursos. Quem tem a obrigação de controlar o seu dinheiro é você", afirma. Henrique Takaki, coordenador do comitê de segurança da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), admite que houve no passado, em abundância, as chamadas clonagens do dinheiro de plástico, mas a indústria investiu muito em mecanismos de segurança, segundo ele, para combater o crime. "Todos os equipamentos são certificados por organismos internacionais e também pela Abecs. Nos bancos, os cartões têm chips (dispositivos) e sistema de monitoramento", destacou.



Com o avanço tecnológico, por outro lado, outros inconvenientes surgiram. "Grande parte das trapaças ocorre no mundo não presencial", disse. Como as compras são feitas pela internet ou por telefone, o usuário usa o mesmo computador para baixar conteúdos (músicas, filmes) em sites nem sempre seguros e para as transações financeiras. "Assim, os vírus entram e roubam informações pessoais. De forma ingênua, o usuário cai nos golpes. Em algumas compras, o dinheiro nem sai da conta porque não foi clonagem do cartão, foi roubo de dados", destacou.



Sempre, antes de qualquer compra virtual, aconselhou Takaki, é importante encontrar um cadeado no site. Passe o mouse e observe se a página é mesmo daquela loja. Outra dica simples é não usar a mesma senha de bancos e cartões de crédito nas redes sociais. Vale gastar tempo e não esperar a fatura chegar para consultá-la, ao fim de 30 dias. "Pelo menos uma vez por semana fique de olho nos extratos da conta bancária e dos cartões. Tenha cuidado não apenas com os grandes montantes", diz. Um golpe que tem se tornado comum é aquele em que, depois de roubar dados, o bandido, para testar se o cartão está válido, faz uma transação de pequeno valor. Doa, por exemplo, R$ 1 a qualquer instituição de caridade.
Outro truque dos bandidos é ligar para o dono do cartão e informar uma compra irregular, avisando que, por isso, naquele momento, ele está cancelando o dinheiro de plástico. "Perguntam seus dados, sua senha, pedem para cortar o cartão e até mandam um motoboy para pegar os pedaços. Fique atento: o banco nunca perguntará seus dados quando entra em contato", reiterou. Ele lembrou que há serviços para identificar fraudes, mas o cliente tem que optar por eles, como por exemplo o aviso de autorização de compra por mensagem de celular (SMS), que custam, em média R$ 2 por mês.

Cancelamento
problemático

De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os maiores problemas são detectados com as contas inativas. É importante que, ao encerrar uma conta, o consumidor tenha crédito suficiente para a liquidação de todos os compromissos assumidos anteriormente, como cheques pré-datados e débitos automáticos. Quando o cliente abandona a conta-corrente sem observar esses detalhes, as tarifas de serviços continuam a ser cobradas e o custo de manutenção cresce.
Se o saldo na conta estiver negativo, a instituição financeira pode optar por reaver o dinheiro por via judicial ou extrajudicial. Ao solicitar o encerramento em qualquer agência, é fundamental entregar uma declaração por escrito; pedir o extrato da conta; verificar se todos os débitos (autorizados) e cheques emitidos estão lançados; cancelar as autorizações de débitos automáticos; devolver os talonários de cheques e os cartões; e exigir o protocolo das devoluções e do encerramento da conta.



O banco, por sua vez, deve emitir um protocolo, como prova da solicitação, e um demonstrativo das obrigações que o correntista deverá cumprir para que a conta seja encerrada. A partir desse momento, as tarifas de pacotes de serviços deixam de ser cobradas e o banco tem 30 dias para fechar a conta. "O encerramento da conta não eximirá seu titular das obrigações legais decorrentes da sustação, revogação ou cancelamento de cheques. O banco deverá informar os motivos de devolução dos cheques apresentados dentro do prazo de prescrição, mesmo quando ocorrer após o encerramento da conta", alerta a Febraban.

segurança O FGTS, embora em menor escala, também tem trazido dores de cabeça para o trabalhador, que, em boa parte dos casos, somente se informa sobre a conta vinculada quando está prestes a se aposentar. Segundo a advogada trabalhista Carolina Quadros, do escritório A. Augusto Grellert Associados, hoje em dia é raro o dinheiro sumir do FGTS. Se detectar problemas, o trabalhador deve procurar uma Delegacia Regional do Trabalho (DRT), pois o responsável pela fiscalização das empresas é o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). "Mantenha sempre o endereço atualizado. A Caixa envia pelos Correios os extratos da conta vinculada, mas há outros canais de acompanhamento, como, por exemplo, os avisos pelo celular ou a consulta pela internet", aconselhou.


 


 


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