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Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 18-06-2015 - 09:55 -   Notícia original Link para notícia
Venda de artigos esportivos tem impulso fora do futebol

Chammas, da Netshoes: oportunidades para crescer em nichos de mercado


Na última terça-feira, o jogador de basquete Leandrinho tornou-se o segundo brasileiro campeão na história da NBA, pela equipe do Golden State Warriors que bateu o Cleveland Cavaliers. No time adversário, outro brasileiro, Anderson Varejão, ficou fora da final por conta de uma lesão. Os jogadores brasileiros podem não ter tido as performances mais brilhantes da história do basquete, mas foram suficientes para estimular a prática do esporte no Brasil - e as vendas de artigos esportivos. Após a derrota do Brasil no futebol na última Copa do Mundo e dos escândalos de corrupção da Fifa, outros segmentos ganham atenção dos consumidores brasileiros.


"A presença mais frequente na mídia de ídolos do esporte, como o Varejão e o Leandrinho, agora por conta da NBA, tem um efeito relevante e imediato nas vendas de artigos esportivos no país", disse Pedro Zemel, diretor executivo de vendas do grupo SBF, controlador das redes Centauro, By Tennis e Nike Store. De acordo com o executivo, as vendas de artigos esportivos ligados a outros esportes que não o futebol cresceram de 20% a 40% de janeiro a maio em comparação ao mesmo intervalo de 2014. No caso das linhas ligadas ao futebol, as vendas também avançam dois dígitos, mas em percentuais mais baixos, segundo Zemel.


O cálculo em relação ao futebol não leva em consideração as vendas de camisas da Seleção Brasileira. Zemel disse que, no ano passado, só no dia 12 de junho (data em que a Seleção Brasileira estreou na Copa), a rede Centauro vendeu 45 mil camisas do Brasil. Neste ano, as camisas esportivas que mais vendem são dos jogadores de basquete Varejão e Leandrinho, do time de futebol europeu Barcelona, de Neymar Jr. e Lionel Messi.


A SBF prevê elevar a receita em 11,5% no ano, para R$ 2,9 bilhões. Em 2014, cresceu 17%. A expansão mais fraca é explicada pela alta base de comparação alta (o ano passado foi de Copa) e pela desaceleração do consumo no país.


A Netshoes também relatou crescimento de vendas de 20% nas linhas de produtos voltados ao basquete. Marcelo Chammas, diretor comercial da empresa, informou que produtos para natação e vôlei também têm crescimento acima da média do mercado. No caso de vôlei, as vendas de janeiro a maio estão 35% maiores. Em natação, o avanço é de 75%.


"A natação é um esporte no qual o Brasil ganha muitas medalhas. O basquete também está em evidência por causa da transmissão na TV dos jogos da NBA neste ano", disse Chammas. Nos itens relacionadas ao vôlei, o aumento de vendas chegou a 35%. "Há um pessimismo no varejo devido à retração do consumo e à queda nas vendas gerais do setor, mas temos conseguido encontrar algumas oportunidades em nichos de mercado para crescer neste ano", disse o executivo.


A Netshoes não informa, no entanto, qual é o desempenho total da companhia neste ano. No ano passado, de acordo com um estudo da Braspag, as vendas de artigos esportivos pela internet cresceram 25% em relação a 2013 nas semanas que antecederam à Copa.


No ano todo de 2014, a produção e a importação de roupas e calçados esportivos cresceu 6,8%, movimentando R$ 15 bilhões, de acordo com o Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi). Para 2015, a previsão é que o setor tenha um crescimento similar ao do setor de vestuário, estimado em 1,5%, inferior à perspectiva de inflação para o ano, de 8,79%, segundo o Banco Central. Em outras palavras, o segmento vai encolher.


Para algumas fabricantes, as vendas de artigos esportivos não vão tão bem este ano. A Alpargatas reportou em seu resultado do primeiro trimestre queda de 24% nas vendas de calçados esportivos Mizuno e Rainha. A Nike tem previsão de queda de 5% nas vendas no Brasil, de acordo com uma fonte do setor. Procurada, a Nike informou que não comenta informações sobre vendas no país.


Sem citar números, a Adidas informa que as vendas têm crescido, principalmente em produtos para corrida e outros esportes. Caio Amato, diretor de comunicação de marca da Adidas no Brasil, disse nas linhas para basquete o volume dobrou. "Com o maior acesso dos brasileiros à TV paga, outros esportes além do futebol ganham importância", disse Amato. Ele também afirma que alguns segmentos de produtos são procurados por consumidores para uso como moda de rua, não necessariamente para a prática de esportes. "No Brasil, a maior categoria em vendas é a corrida, seguida por futebol e depois outros esportes. Para nós, as vendas de itens de corrida crescem. As vendas relacionadas ao futebol também crescem, mas perdem participação no faturamento total", acrescenta o executivo.


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