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Valor Online ( Brasil ) - SP - Brasil - 17-06-2015 - 09:34 -   Notícia original Link para notícia
Setor avança no cenário mundial


Marcelo Maia, secretário de Comércio e Serviços: é preciso definir os mercados prioritários para que o Mdic possa conduzir melhor a atuação política


O cenário externo aponta para o crescente avanço dos serviços no comércio global e oferece oportunidades de negócios em áreas promissoras, entre elas: transportes, viagens, engenharia, construção civil e tecnologia da informação. Com expertise e vantagens comparativas em segmentos como os de construção e engenharia, o Brasil também conquistou, nos últimos anos, maior participação no disputado front comercial.


De 2009 a 2014, as exportações de serviços cresceram 51,7%, acima da média mundial (38,2%). Apesar disso, segundo especialistas, o país está longe da condição alcançada por grandes exportadores, tem sido pouco influente nas negociações com outros países e ainda se mantém preso à uma antiga agenda protecionista.


Na prática, isso tem acarretado um contínuo déficit na balança comercial de serviços, que atingiu o recorde de R$ 47,23 bilhões em 2014, menor apenas que os da Alemanha e da China. Os resultados compõem o Panorama do Comércio Internacional de Serviços, publicado pela Secretaria de Comércio e Serviços, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), com estatísticas da Organização Mundial do Comércio (OMC).


O trabalho traz números inéditos, consolidados pelo sistema integrado de contabilidade do comércio exterior de serviços - Siscoserv -, lançado em maio pelo Mdic. Até então, embora façam parte das contas correntes nacionais, as exportações e importações de serviços não tinham acompanhamento específico. A nova base de dados permite melhorar uma série de análises e orientar as políticas comerciais para o setor.


"Agora, temos condições de identificar quais serviços o Brasil mais exporta, os que mais adquirimos e com quais países negociamos", afirma o secretário de comércio e serviços, Marcelo Maia. Ele ressalta que é preciso definir os mercados prioritários para que o Mdic possa conduzir melhor a atuação política. "Os serviços são um item importante, e foi incluído no Plano Nacional de Exportação (PNE). Devemos alinhar as principais metas com o setor privado para traçar um plano de ação conjunta."


Concebido para o período 2015/2018, o PNE inova ao incluir o setor de serviços, que ganha maior importância numa conjuntura de ajuste fiscal, para impulsionar as exportações. Com esse horizonte, as medidas "organizam a participação das empresas e mostram o caminho a seguir", diz André Clark Juliano, coordenador do comitê de exportação de serviços da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base.



Em 2014, quando as exportações globais de serviços (exceto produtos e serviços do governo) atingiram US$ 4,86 trilhões, o Brasil, com US$ 40 bilhões (0,8% do total), foi o último no ranking dos 31 principais países exportadores. No topo, os EUA somaram US$ 686 bilhões, seguidos por Reino Unido (US$ 329 bilhões), Alemanha (US$ 267 bilhões), França (US$ 263 bilhões) e China (US$ 222 bilhões).


No caso dos grandes blocos econômicos, revela o estudo do Mdic, a União Europeia (28 países), maior região exportadora de serviços, contabilizou receitas de US$ 2,15 trilhões em 2014, correspondentes a 44,3% das vendas globais. Já as realizadas no âmbito da Alca (EUA, Canadá e México) representaram 16,3% das transações, enquanto a participação das efetuadas pelo Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela) foi de 1,2%. Na mesma lista, o Japão teve o maior aumento das exportações de serviços (US$ 158 bilhões), 19,2% acima do resultado de 2013.


Desde 2009, as importações brasileiras de serviços avançaram 97,3%, e as mundiais 40,1%, totalizando US$ 4,74 trilhões em 2014. Na liderança, os EUA gastaram US$ 454,5 bilhões, seguidos pela China (US$ 382,1 bilhões). A União Europeia desembolsou US$ 1,81 trilhão, mas registrou superávit de US$ 342 bilhões.


Os maiores parceiros do Brasil no comércio de serviços em 2014, segundo o Siscoserv, foram EUA (US$ 6,11 bilhões) Países Baixos (US$ 1,72 bilhão) Suíça (US$ 1,26 bilhão) Alemanha (US$ 1,22 bilhão) e Reino Unido (US$ 957 milhões). Juntos, responderam por 54,2% das exportações, destacando-se o aumento de 29,4% nas compras dos EUA.


As exportações de serviços somaram US$ 20,8 bilhões em 2014, impulsionadas por cinco itens (43,2% do total): serviços gerenciais e de consultoria gerencial (US$ 2,17 bilhões); outros serviços profissionais e técnicos (US$ 2,08 bilhões); serviços auxiliares aos serviços financeiros (US$ 1,95 bilhão); serviços de transporte aquaviário de cargas (US$ 1,67 bilhão); e serviços de manutenção e reparação de produtos metálicos, maquinário e equipamentos (US$ 1,11 bilhão).


Do lado das importações (US$ 48,5 bilhões), as compras mais significativas foram de serviços de arrendamento mercantil operacional (US$ 20,2 bilhões), serviços de transporte aquaviário de cargas (US$ 5,43 bilhões), licenciamento de direitos autorais (US$ 3,62 bilhões), serviços de planejamento de viagens e operadores de turismo (US$ 1,72 bilhão) e serviços de transportes aéreo de cargas (US$ 1,31 bilhão).


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