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O Globo Online (RJ) ( Rio ) - RJ - Brasil - 17-06-2015 - 11:02 -   Notícia original Link para notícia
Mais uma livraria vai fechar as portas: a Saraiva do Village Mall

Em nota, empresa diz que seu foco atual é desativar lojas deficitárias


A notícia acrescentou mais uma capítulo à triste saga das livrarias cariocas. Depois da Leonardo Da Vinci - que, após 63 anos no Centro, deve fechar por problemas financeiros -, agora é a vez de uma Saraiva entregar os pontos. Ou melhor, o ponto. E num luxuoso shopping da Barra da Tijuca. A livraria, no Village Mall, endereço voltado para o consumo da classe A, vai encerrar as atividades e dará lugar a uma loja da grife italiana Dolce & Gabbana, como antecipou ontem a coluna Gente Boa, do GLOBO.


A rede, que tem 115 lojas em 17 estados brasileiros e é considerada um modelo de sucesso, não quis dar mais detalhes sobre o fechamento. Informou apenas, por meio de nota, que "o foco da companhia neste momento é a extração de maior valor dos ativos existentes e renegociação ou fechamento de lojas deficitárias em sua rede de varejo". A data do encerramento das atividades também não foi divulgada. Entre os frequentadores do shopping, comenta- se que a megastore, de cerca de dois mil metros quadrados, costumava ficar bem mais vazia que as vizinhas lojas de grife. A Saraiva é a única livraria do Village Mall e uma das 14 que existem na Barra da Tijuca.


Para especialistas, a filial que será fechada é mais uma vítima da crise. Sergio Herz, Presidente da Livraria Cultura - rede que há três anos transformou o antigo Cine Vitória, no Centro, numa de suas unidades cariocas e virou ponto de encontro na região -, disse que a crise não vem atingindo só o setor, mas o varejo de um modo geral. E o caminho da sobrevivência, para ele, está justamente em adaptar o negócio aos tempos difíceis.


- Esses dois fechamentos são casos pontuais. Hoje as livrarias, assim como outras lojas de varejo, brigam pelo tempo do consumidor, que tem a facilidade de poder comprar tudo pela internet. É preciso encontrar formas de atrair esses leitores - diz ele.


A Livraria Leonardo da Vinci, aberta em 1952 no Edifício Delamare, na Avenida Presidente Vargas, e desde 1956 no subsolo do Edifício Marquês do Herval, na Avenida Rio Branco, lançou no início do mês uma liquidação para pôr fim a seu estoque de cem mil exemplares. Considerado um ícone carioca, o lugar foi frequentado por artistas que vão do modernista Carlos Drummond de Andrade ao punk Rogério Skylab, dois exemplos de poetas que citaram a Da Vinci em suas obras.


Milena Duchiade, herdeira do negócio, afirma que é impossível continuar operando com prejuízo. Numa tentativa de diminuir as perdas, a casa já desocupou duas das quatro salas onde funcionava. Segundo ela, o modelo de negócio se tornou inviável porque a livraria não tem café, nem vende artigos de papelaria e informática.


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