A varejista americana de moda Gap anunciou ontem uma série de mudanças para melhorar seu desempenho financeiro. O plano inclui a remodelagem de lojas e o fechamento de 175 pontos de venda na América do Norte nos próximos anos. Desse total, 140 unidades serão fechadas neste ano.

Com a mudança, a companhia vai passar a operar na América do Norte com cerca de 800 lojas, sendo 500 Gap e 300 Gap Factory Outlet. A Gap pretende ainda fechar "um número limitado de lojas" na Europa neste ano.

Como parte dos esforços para cortar custos, a companhia também vai reduzir a equipe de profissionais da sede em 250 postos de trabalho neste ano. "Essas decisões são muito difíceis, sabendo que elas afetarão uma parte de nossos valiosos empregados, mas estamos confiantes que isso ajudará a criar um futuro vencedor para a equipe, para os clientes e investidores", afirmou em nota Jeff Kirwan, presidente global da Gap.

A varejista de moda informou ainda que espera uma queda da ordem de US$ 300 milhões nas vendas anuais, por conta do fechamento das lojas. Além disso, a companhia estima um custo único decorrente do fechamento das lojas entre US$ 140 milhões e US$ 160 milhões. Essas despesas serão incluídas no balanço do segundo trimestre fiscal da companhia. Esses gastos terão um efeito de no lucro diluído por ação de US$ 0,21 a US$ 0,24. Com isso, a projeção para o lucro por ação ficou mantido entre US$ 2,75 e US$ 2,80.

A Gap informou também que estima uma economia anual com o fechamento das lojas de US$ 25 milhões, a partir de 2016.

A rede encerrou o primeiro trimestre com lucro de US$ 239 milhões, ou US$ 0,56 por ação, queda de 8,1% sobre igual trimestre do ano anterior. A receita líquida recuou 3,1%, para US$ 3,66 bilhões.

No Brasil, a varejista, que foi trazida em 2013 pelo grupo Blue Bird, antecipou em 2014 a abertura de lojas, com ampliação de duas para dez unidades, para evitar aumento nos custos de investimento. Após atingir 10 lojas no país, a Gap espera chegar a 15 unidades até 2017, das quais 2 têm inauguração prevista para este ano - no Shopping Iguatemi em Campinas (SP) e em Salvador. A meta para o mercado brasileiro é obter ganhos de escala para melhorar a rentabilidade. A operação brasileira da rede informou ontem que não há mudança nos planos para o país, nem previsão de fechamento de lojas, devido ao processo de reestruturação divulgado nos Estados Unidos.