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Valor Online ( Brasil ) - SP - Brasil - 16-06-2015 - 09:36 -   Notícia original Link para notícia
Analistas descartam recuperação do varejo no curto prazo

O comércio iniciou o segundo trimestre em acomodação, embora em ritmo ainda fraco e sem possibilidade de recuperação nos próximos meses, avaliam economistas. Após recuo de 0,9% em março, a estimativa média de 17 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data aponta que o volume de vendas do varejo restrito (não inclui veículos e material de construção) cresceu 0,5% em abril na comparação com o mês anterior, com ajustes sazonais.


As projeções para a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), a ser divulgada hoje pelo IBGE, vão de retração de 0,5% até alta de 1,4%. Apesar da previsão de aumento na passagem mensal, as vendas devem ter diminuído 1,9% em relação a igual mês de 2014. Para o varejo ampliado, que inclui os segmentos de veículos e material de construção, 15 analistas projetam queda de 0,5% em abril.



Rodrigo Baggi, da Tendências Consultoria, estima que as vendas restritas subiram 0,2% em abril, variação que não deve ser vista como sinal de retomada do setor após os resultados ruins do primeiro trimestre. "Essa alta não representa melhora. É mais um movimento de acomodação", afirma Baggi, que destaca o comportamento heterogêneo de indicadores de vendas no mês.


Depois de terem encolhido 1,2% no dado anterior, as vendas deflacionadas e dessazonalizadas de supermercados avançaram 3% entre março e abril, segundo cálculos da Tendências com base em dados da associação do setor. Também com desempenho positivo, o fluxo pedagiado de veículos leves, medido pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) em parceria com a consultoria, subiu 2,9% no mês, e a confiança do consumidor calculada pela Fundação Getulio Vargas continuou em nível deprimido, mas teve um "respiro" em abril, ao aumentar 3,3%.


Segundo o Itaú Unibanco, os dados favoráveis dos supermercados indicam alta de 1% para o comércio restrito em abril - nos cálculos do banco, as vendas reais e dessazonalizadas do setor cresceram 2,1%. Já o segmento ampliado deve ter crescido 0,6% ante março.


Por outro lado, o economista da Tendências pondera que, a partir de números da Fenabrave (entidade que reúne as concessionárias), as vendas de veículos leves caíram 3% de março para abril, de acordo com o ajuste sazonal da consultoria. Em função dessa trajetória, Baggi projeta que as vendas ampliadas recuaram 0,2%. Outro indício negativo veio de sua estimativa para a renda disponível das famílias após as compras de bens essenciais, que, em abril, caiu 2,1% sobre o mesmo mês do ano passado.


"Essa queda é bem relevante e mostra que a correção de preços administrados concentrada no primeiro trimestre ainda reduziu a renda disponível, o que tem impacto tanto nas vendas de bens duráveis quanto de não duráveis", comentou Baggi, para quem o comércio ainda pode mostrar números decepcionantes no segundo trimestre.


Para a equipe econômica da Rosenberg Associados, o resultado do varejo restrito de março deve se revisto ligeiramente para cima, a uma retração de 0,4%, que foi seguida por expansão de 0,3% em abril. Mesmo assim, a consultoria avalia que a situação do setor continuou "bastante complicada" no período, uma vez que, na comparação com abril de 2014, as vendas caíram 1,5% em suas estimativas.


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