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Diário do Comércio online - BH (MG) ( DC Turismo ) - MG - Brasil - 13-06-2015 - 11:29 -   Notícia original Link para notícia
Tradição leva turistas ao interior de Minas

Para transformar todo esse potencial em destino é necessária a qualificação nos campos da produção e da gestão



O turismo rural é uma alternativa viável de geração de emprego e renda, que ressalta a rica cultura do interior/Divulgação


A rica cultura do interior de Minas, aliada à preservação ambiental e a um modo de vida baseado na tradição e nos antigos saberes, é atrativo capaz de fomentar um turismo consciente e sustentável. Para transformar todo esse potencial em destino, porém, é necessária qualificação nos campos da produção, da gestão e principalmente no campo simbólico, quando comunidade e visitantes passam a valorizar o que cada lugarejo tem como marca de originalidade.

No Circuito Caminho dos Diamantes, sete municípios da região Central - Diamantina, Alvorada de Minas, Conceição do Mato Dentro, Couto de Magalhães de Minas, Gouveia e São Gonçalo do Rio Preto - recebem apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) para fomentar o turismo de base comunitária na região.

O conceito diz respeito à abertura das casas para receber turistas que vão vivenciar o dia a dia do lugar, inclusive participando das atividades cotidianas. De acordo com a coordenadora técnica regional de Turismo Rural da Emater-MG, Claudete Maria Souza e Costa, o público-alvo são os pequenos produtores.

"Trabalhamos basicamente junto às associações comunitárias. Identificamos locais com potencial, que tenham atrativos, acesso e um grupo interessado em desenvolver o projeto. Sensibilizamos os moradores, organizamos um grupo gestor e qualificamos os morados em alguns temas essenciais para que possam ofertar bons produtos e serviços aos visitantes", explica Claudete Costa.

A produção de alimentos e a criação de pequenos animais também é incentivada, assim como são realizadas intervenções como a produção de placas indicativas com mensagens de localização; educativas, com incentivo à preservação do meio ambiente; e alertas, como o de risco de afogamento. Fazem parte do projeto 101 famílias, com cerca de 300 pessoas.

"O primeiro passo é fazer com que essas pessoas tenham orgulho da sua história e do seu trabalho. Diamantina é Patrimônio da Humanidade e temos sorte que seu entorno ainda está bastante preservado e estamos conseguindo conscientizar moradores e visitantes sobre a importância dessa preservação, criando um turismo responsável", avalia a coordenadora.

Os moradores podem se envolver em diferentes atividades. Desde oferecer a casa para hospedagem até a parte de gestão, a produção de alimentos, de peças artesanais com matérias-primas locais, especialmente a sempre-viva, e eventos como caminhadas na natureza e os festivais gastronômicos.

O projeto abrange os seguintes produtos turísticos: Estrada Real (Vila Real no município de Diamantina); Trilha Verde da Maria Fumaça (antigo leito da ferrovia Diamantina-Gouveia-Monjolos) apoiando cavalgadas, caminhadas e passeios ciclísticos; travessia entre os Parques Estaduais de Rio Preto e Pico do Itambé; e Turismo de Vilarejo na Comunidade de Cuiabá, em Gouveia.

"Temos comunidades em vários estados de desenvolvimento. Algumas já perceberam que o turismo é uma alternativa viável de geração de emprego e renda. Já tiveram retorno financeiro com o trabalho desenvolvido. Principalmente aquelas que moram às margens dos parques ecológicos e que passaram, por isso, a ter uma série de restrições quanto à coleta de recursos naturais. Outro ponto importante é que, além de fixar essa população em seus municípios de origem, eles ganham um grande incentivo para estudar. Muitos deles, depois da universidade, voltam para as comunidades para desenvolver o trabalho e ajudar no desenvolvimento. Isso é uma grande recompensa para todos", destaca.

Artesãos da Associação Vale Circuito, uma das parceiras da Emater-MG na região, já levaram seus produtos até para os Estados Unidos e vendem com regularidade para lojas em São Paulo e Belo Horizonte. "A comunidade está distante 30 quilômetros de Diamantina. Eles vendem nas feiras e lojas da cidade. Nos dias de Vesperata, conseguem um faturamento muito bom. Este é um exemplo de que com organização é possível transformar os nossos valores em oportunidades", completa.



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