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Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 10-06-2015 - 10:17 -   Notícia original Link para notícia
Venda de eletrodoméstico recua 8,4%


O desempenho ruim da economia e a alta do dólar fizeram o brasileiro adiar as compras de produtos como eletroportáteis, eletrodomésticos e computadores no início do ano.


De acordo com a empresa de pesquisa GfK adiantada ao Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor, as vendas de bens duráveis recuaram 8,4% no primeiro trimestre deste ano, sobre igual período de 2014, para R$ 26,03 bilhões. Os números consideram as compras feitas pelos consumidores no varejo e representam uma queda bem mais acentuada que a da economia do país, que foi de 0,2% em igual intervalo.


A retração na receita entre janeiro e março poderia ter sido bem maior não fossem os reajustes de preços efetuados no período. Os preços mais altos compensaram, em parte, a retração no volume vendido, que, em algumas categorias, foi bem maior que a da receita. Em refrigeradores, por exemplo, a receita caiu 3,2% até março. Já o volume vendido recuou 7%. Em fogões, as reduções foram de 8,6% e 12,9%, respectivamente.


O ano de 2014 foi forte para o setor de bens duráveis por conta das compras de TVs para a Copa do Mundo e do impulso nas vendas de smartphones.


Os R$ 2,4 bilhões que deixaram de ser gastos no início de 2015 representam quase duas vezes a receita da maior fabricante de eletrodomésticos do país, a Whirlpool, no período (R$ 1,5 bilhão). "O consumidor está com pé atrás com a alta dos juros, da inflação e do aumento do desemprego", disse Oliver Römerscheidt, diretor da GfK. De acordo com ele, a expectativa é que o cenário para o setor só apresente alguma recuperação no segundo semestre. "Não há nenhum sinal de melhora até abril [último mês com dados consolidados pela GfK]".


Dos sete setores em que a companhia divide o levantamento, apenas o de telecomunicações cresceu no primeiro trimestre: 25,9%, para R$ 9,65 bilhões. O resultado foi impulsionado por uma alta de 34% nas vendas de smartphones. A categoria representa 37% do mercado de bens duráveis no país. Apesar do avanço significativo, o segmento não está imune ao cenário adverso. Segundo a empresa de pesquisas IDC, o ritmo de expansão do mercado de smartphones deve diminuir este ano.


No levantamento da GfK, o segmento de fotografia teve a maior queda de vendas, de 62%. Römerscheidt disse que o avanço dos smartphones está acabando com o segmento de câmeras compactas, com preços entre R$ 300 e R$ 400. "O setor está migrando para produtos semiprofissionais, com tíquete médio mais alto", disse.


Nos segmentos de informática e linha marrom (TVs, equipamentos de áudio e vídeo etc) as quedas superaram os 31%. Uma retração na venda de TVs já era esperada devido à base alta de comparação. O brasileiro comprou mais aparelhos nos primeiros meses do ano passado, à espera do mundial de futebol. No segmento de informática, a alta do dólar, e consequentemente dos preços dos computadores, afastou o consumidor.


Na linha branca, os saldões de janeiro não foram suficientes para estimular o interesse dos compradores. As vendas caíram 4% até março. Os eletroportáteis, que vinham mantendo um bom desempenho por serem uma alternativa mais barata aos aparelhos da linha branca também apresentaram queda: 1,5%, para R$ 2,4 bilhões.


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