Leitura de notícia
Diário do Comércio online - BH (MG) ( Agronegócio ) - MG - Brasil - 09-06-2015 - 09:49 -   Notícia original Link para notícia
BH sediará Semana Internacional do Café

Estimativa é que evento da cadeia cafeeira, de 24 a 26 de setembro, no Expominas, movimente R$ 25 mi em negócios



Roberto Simões destacou a importância do evento/FAEMG / Divulgação


Faemg, a Café Editora, o Sebrae, e o governo de Minas, por meio da Seapa, lançaram, ontem, a Semana Internacional do Café. O evento acontecerá de 24 a 26 de setembro, no Expominas, e a previsão é que gire em torno de R$ 25 milhões em negócios. Ao todo, são esperados 10 mil visitantes, 120 expositores e 150 marcas participantes.

Para o presidente da Faemg, Roberto Simões, além do potencial para negócios e de Minas ficar no centro das atenções da atividade cafeeira durante a realização da feira, o evento também simboliza uma oportunidade para o produtor agregar valor à produção. "Precisamos evoluir da porteira para fora, levando aos nossos produtores, por exemplo, a certificação de origem", disse.

Porém, o momento atual da cafeicultura não é dos melhores, com longo período de estiagem, baixa produtividade e preços insuficientes para pagar os custos de produção, especialmente em regiões montanhosas, que exigem mais mão de obra, conforme explicou o presidente das comissões de Café da Faemg e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Breno Mesquita.

"Neste ano teremos uma safra ainda influenciada pelos efeitos da seca e provavelmente os preços praticados não cubram os custos da cafeicultura mineira, principalmente nas regiões que demandam grande quantidade de mão de obra, que é a cafeicultura de montanha", afirmou Mesquita.

Os problemas com o déficit hídrico nas lavouras mineiras começaram ainda em 2013. De lá para cá, as lavouras mineiras passaram por três secas consecutivas nos principais momentos de desenvolvimento das plantas: um veranico em 2014, seca na florada daquele mesmo ano e outra no veranico deste exercício e que também vai impactar diretamente na qualidade das lavouras para 2016.


Custo - De acordo com Mesquita, a queda de produtividade desencadeia o aumento do custo de produção. "E os preços praticados no mercado, de R$ 400 a R$ 430 a saca, não cobrem os custos de produção de várias regiões de Minas e do Brasil. Por isso, entendemos que essas cotações têm que ser maiores para compensar a quebra de produção em virtude da seca", justificou.

Mesquita revelou que estará em Brasília hoje para tratar novamente dessa questão. Segundo ele, na semana passada a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, assumiu o compromisso de rever o preço mínimo o mais rápido possível.

"Em dois anos não houve aumento. Hoje, existe a possibilidade de outros atores participarem da metologia para definir o custo de produção. Queremos que isso seja feito de forma rápida e que o resultado expresse o mais perto possível os custos de produção das regiões produtoras do país", analisou.


Funcafé - Outro ponto fundamental para a cultura brasileira do café é a liberação dos créditos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). Apesar de o governo federal já ter publicado a resolução do Banco Central nº 4.414, no "Diário Oficial da União" da última quarta-feira, aprovando orçamento recorde de R$ 4,136 bilhões, montante 8,1% superior ao de 2014, para a atividade, Mesquita enfatizou que os recursos precisam chegar ao produtor o mais rápido possível.

"Mais importante que o fato se o dinheiro vai dar ou não é quanto tempo vai levar para chegar às mãos do produtor. As colheitas nas regiões produtoras já começaram e a injeção de recursos tem que ser agora. O trabalho é de, no menor espaço de tempo, disponibilizar ao produtor esses recursos para que ele possa administrar a safra acima do seu custo de produção", avaliou.

Secretário anuncia georreferenciamento

Durante a cerimônia de lançamento da Semana Internacional do Café, na sede da Faemg, o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, João Cruz Reis Filho, garantiu que a realização do georreferenciamento do parque cafeeiro, demanda antiga do setor e fundamental para a criação de políticas públicas, está próximo de ser concretizado.

"Aguardo para esta semana proposta de trabalho da Universidade Federal de Lavras (Ufla) em outros moldes do que foi sugerido no passado porque faremos de uma maneira mais democrática, incluindo mais instituições, como o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas, a Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais) e a Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural). Já temos R$ 5 milhões reservados para fazer esse trabalho. Os recursos serão disponibilizados pela Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais)", garantiu o secretário.

Segundo Reis, o georreferenciamento vai permitir mensurar o número real cafeicultores mineiros, em quais municípios a atividade é desenvolvida, quais variedades plantadas e até estabelecer uma correlação entre a qualidade da bebida e a região de plantio. "Esse é um grande projeto porque vai servir de base para o planejamento de políticas públicas nos próximos anos", enfatizou.


Nenhuma palavra chave encontrada.
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).
© Copyright. Interclip - Monitoramento de Notícias. Todos os direitos reservados, 2013.