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Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 09-06-2015 - 10:00 -   Notícia original Link para notícia
Para analistas, AB InBev compraria Guinness

As ações da Diageo e da Anheuser-Busch InBev (AB InBev) começaram a semana em alta. Os papéis da Diageo subiram 8,52% na bolsa de Londres. E as ações da AB InBev subiram 0,55% na bolsa de Bruxelas (ver gráfico abaixo).


A causa para o ânimo dos investidores foi uma nota publicada pela revista "Veja". Segundo ela, o grupo 3G Capital - dos investidores Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira - estuda a compra da gigante de destilados Diageo. A AB InBev, na qual a 3G tem 23% de participação acionária, também foi alvo de especulações. Na bolsa de Nova York, os papéis de Diageo e AB Inbev caíram 2,8% e 3,14%, respectivamente.



Para analistas que acompanham o mercado de bebidas, a realização dessa compra é considerada pouco provável. Esta operação exigiria um grande esforço de captação por parte da 3G Capital e renderia pouca sinergia com os negócios da AB InBev. Na visão dos analistas, seria mais viável a AB InBev fazer uma oferta pela Diageo, ou - mais provavelmente - uma oferta pela Guinness, negócio de cerveja da Diageo.


O analista Robert Ottenstein, da casa de análises Evercore ISI, ponderou que a 3G Capital não tem neste momento capacidade financeira para comprar a Diageo. Isso exigiria um investimento de US$ 73 bilhões, que é o valor de mercado da empresa de bebidas, baseado no preço das ações.


Ele observou que a 3G Capital havia informado no fim do ano passado que estava criando um novo fundo para fazer possivelmente uma oferta pela Coca-Cola ou Pepsico, Mondelez, Danone, General Mills ou Kellogg.


"Uma oferta pela Diageo no curto prazo é altamente improvável, mas é plausível a AB InBev comprar a Guinness da Diageo", afirmou Ottenstein em relatório. O analista considerou ainda que, para levar a Diageo, seria necessário a 3G Capital ou a AB InBev fazer uma oferta hostil, o que provavelmente não teria apoio da Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, parceiro da 3G em outras aquisições.


A equipe de analistas da Jefferies também observou em relatório que o valor da Diageo encareceu por conta dos rumores. As ações da Diageo têm sido negociadas a um valor correspondente a 24 vezes o seu lucro por ação em 2014 e, para os analistas, esse valor não é atraente para uma aquisição.


Komal Dhillon, do J.P. Morgan, considerou que a Diageo opera com margem de lucro de 29%, que é alta para o mercado de destilados, mas abaixo da margem de 33% alcançada pela AB InBev. Além disso, devido às diferenças entre os dois negócios, a compra ofereceria poucas sinergias à AB InBev. O analista estima que a junção das companhias poderia trazer à AB InBev um aumento de 5% a 10% em vendas e um possível aumento no lucro por ação em 2016 de 8% a 16%.


A compra da Guinness, por outro lado, custaria à AB InBev 5,1 bilhões de libras (US$ 7,7 bilhões), considerando um preço equivalente a 18 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da marca. A aquisição Guinness ajudaria a AB InBev a ganhar mercado na África, no Leste Europeu e em outros mercados emergentes, segundo Dhillon.


Ottenstein, da Evercore ISI, também considerou que a compra da Guinness seria uma forma mais barata para a AB InBev entrar no mercado da África. Por outro lado, poria fim aos planos da AB InBev de fazer uma oferta pela SAB Miller no futuro. No ano passado, circularam rumores de que a AB InBev teria buscado um financiamento de US$ 122 bilhões para fazer uma oferta pela SAB Miller, logo após uma tentativa frustrada da SAB Miller de comprar a Heineken. Mas não houve avanços.


Procurada, a Diageo informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não comenta rumores de mercado. A AB InBev não respondeu ao pedido de entrevista.


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