Marchewsky, sócio da Buettner: "Expectativa é apresentar melhora nas exportações no segundo semestre"

A Buettner, fabricante catarinense de artigos de cama, mesa e banho, decidiu reinvestir na exportação de toalhas como estratégia para melhorar o desempenho de vendas e sair da recuperação judicial até 2018.

João Henrique Marchewsky, presidente do conselho de administração e sócio controlador da Buettner, disse que a companhia avançou na retomada de alguns contratos de exportação e espera apresentar resultados positivos na segunda metade do ano.

A Buettner, como outras fabricantes tradicionais do setor de cama, mesa e banho, já foi uma forte exportadora, mas enfrentou dificuldades nas duas últimas décadas para manter a competitividade diante de concorrentes da China, Índia e Turquia. As exportações representam menos de 20% das vendas da Buettner, sendo que 76% das vendas externas têm como destino a América do Sul. Marchewsky, no entanto, quer aproveitar o dólar valorizado para competir nos EUA e na Europa.

Marchewsky disse que a companhia voltou a negociar exportações de toalhas com clientes da Europa e Oriente Médio. Nos Estados Unidos, a companhia contratou um representante comercial para prospectar clientes. "Essas negociações levam algum tempo, mas a expectativa é apresentar melhora nas exportações no segundo semestre", afirmou o executivo.

A expectativa de Marchewsky é que as exportações para América do Norte e Europa passem a representar metade das exportações até 2016. Hoje elas representam 21% das vendas externas.

A estratégia foi adotada no fim de 2014, mas ainda não trouxe resultado. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, de janeiro a abril deste ano, as exportações da Buettner somaram 932,3 toneladas e totalizaram US$ 9,2 milhões em receita. O volume foi 10,9% inferior ao exportado no mesmo intervalo de 2014. Em receita, houve queda de 15,2%.

De acordo com o balanço da companhia, as exportações representaram 17,6% das vendas da Buettner no primeiro trimestre. As vendas totais da companhia cresceram 21,51% no primeiro trimestre ante igual intervalo de 2014. A receita líquida cresceu 16,2%, para R$ 16,0 milhões. As despesas financeiras aumentaram 14,1%, para R$ 5,1 milhões, por conta de juros mais altos. No trimestre, a Buettner registrou prejuízo líquido de 3,5 milhões, ante prejuízo de R$ 3,9 milhões um ano antes.

Na visão de Marchewsky, com a retomada das exportações, a Buettner poderá aumentar a produção total em 15% até 2016. Com esse desempenho, a companhia pode sanar dívidas e sair da recuperação judicial até 2018.