O empreendedorismo é por si só uma habilidade que demanda muita energia. Imagine unir o "ganha pão" com o relacionamento amoroso. Empresas constituídas a partir da parceria de casais são comuns, e, no franchising, esse cenário não é diferente. Segundo a Associação Brasileira de Franchising do Rio de Janeiro (ABF-Rio), cerca de 30% do público interessado em franquias são casais. A parceria é favorável ao desenvolvimento da franquia, mas também é preciso ter cautela para que os problemas pessoais não se sobreponham ao negócio. Pesquisa da International Stress Management do Brasil (Isma-BR) revela que casais que trabalham na mesma empresa são mais compreensivos e apresentam menor desgaste emocional. 80% dos casais quem trabalham em parceria conseguem driblar melhor questões como angústia e a carga horária do par, de acordo com o levantamento.

Geralmente, a decisão de trabalhar juntos vem precedida de objetivos comuns e cada um coloca à disposição da franquia o que tem de melhor. Esse aspecto demonstra maturidade, que é uma das características fundamentais para o sucesso do negócio. A união de habilidades em prol do sucesso da franquia precisa de limites: defina o espaço e o campo de atuação de cada um no negócio; busque conformidade nas ações; separe a vida conjugal da vida empresarial; seja parceiro e ouça a opinião externa.

Delimitar a responsabilidade de cada parte no gerenciamento da franquia permitirá que o negócio tenha dedicação em todas as áreas, evitando possíveis choques de opinião entre o casal. A divisão das tarefas deve ser feita com bom senso, reconhecendo a habilidade do outro, confiando a ele independência para produzir e conquistar resultados para a empresa. O compartilhamento das responsabilidades evitará o desentendimento por discordar da decisão um do outro. É preciso respeitar os espaços, separando a empresa e a vida do casal.

Mesmo que cada um seja responsável por um determinado setor, os sócios precisam concordar na maior parte das ações de gerenciamento. As decisões mais difíceis e de abrangência geral devem ser tomadas em concordância para evitar atitudes divergentes. O discurso para funcionários e clientes, por exemplo, deve ser uniforme, a fim de demonstrar a seriedade da franquia.

A vida conjugal deve ficar de fora das decisões empresariais, para não afetar nos resultados práticos da empresa. Relacionamento amoroso é conduzido pelas emoções, ao contrário de um empreendimento, que é gerido pela razão e praticidade. É importante diferenciar os problemas da vida pessoal das dificuldades com o sócio.

Um dos princípios necessários para as duas relações é a lealdade, que possibilita uma relação de parceria verdadeira. Confie na capacidade de gestor do seu parceiro. O mercado perceberá o nível de confiança entre vocês e dará ao empreendimento a credibilidade necessária para conquistarem o espaço merecido no meio em que atuam.

Além disso, é muito importante buscar a opinião de quem não está envolvido emocionalmente com a franquia. Peça a análise de consultores para saber o que pode ser melhorado no negócio. Às vezes, a intimidade inibe a percepção de simples pontos que podem ser aperfeiçoados e que passam despercebidos.

O Dia dos Namorados está próximo e essa é uma oportunidade para quem quer estender o relacionamento amoroso para o meio empresarial. O franchising certamente é um nicho que somará na vida do casal, por ser um modelo seguro de negócio, testado e aprovado pelo mercado. Com planejamento e dedicação trabalhar lado a lado fortalecerá a vida pessoal e formará empresários de sucesso.