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Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 05-06-2015 - 09:42 -   Notícia original Link para notícia
Governo e varejo compram menos livros

Governo federal e varejistas compraram menos livros no ano passado. A redução no número de exemplares vendidos pelas editoras foi de quase 21% para o governo e de 0,81% ao varejo. No total, as vendas encolheram 9,2% em relação a 2013, segundo pesquisa feita pela Fipe, sob encomenda da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel).


O faturamento das editoras cresceu só 0,92% para R$ 5,4 bilhões. Os programas de livros didáticos do governo federal sofreram atrasos de pagamento. Alguns foram descontinuados em 2014.



As editoras que venderam obras para o Ministério da Educação (MEC) receberam R$ 1,2 bilhão no ano passado, o que representa uma queda de 16% em relação a 2013. Em volume, a redução foi ainda mais expressiva, de 21% no período. Já as vendas de livros no varejo aumentaram 7,3%, atingindo R$ 4,1 bilhões em 2014.


O faturamento proveniente do governo federal diminuiu 12% devido a atraso no pagamento para as editoras que participam de programas de livros didáticos voltados à escolas públicas e da zona rural. Segundo fontes do setor, várias editoras que entregaram os livros em dois lotes ao MEC, em dezembro e fevereiro, só receberam 15% do valor devido no ano passado.


Além disso, um outro programa do Ministério da Educação, denominado PNLD Obras Complementares, foi suspenso no ano passado. Em 2013, este programa havia gerado receita bruta de R$ 71,3 milhões às editoras.


Na esfera dos governos estaduais e municipais, o faturamento das casas editoriais diminuiu 54,4% somando R$ 62,3 milhões no ano passado.


No mercado privado, a maior variação foi verificada exatamente nos livros didáticos, cuja receita aumentou 10,6% para R$ 1,4 bilhão. No segmento de obras gerais, o faturamento foi de R$ 1,1 bilhão, o que representa um avanço de 4,5% no período.


O número de novos títulos teve redução de 8,5% no ano passado. "Errar o mínimo possível foi a palavra de ordem do setor editorial que praticamente não registrou crescimento no ano passado", informaram CBL e Snel.


A área de livros digitais cresceu 32%, com faturamento de R$ 16,7 milhões no ano passado. Os segmentos que puxaram essa alta foram os de livros didáticos e científicos.


Segundo dados da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), a expectativa é que o mercado de livros digitais tenha um crescimento médio de 26% no período de 2015 a 2019.


Em relação ao desempenho nos próximos anos, a PwC estima que o mercado de livros chegará em 2019 com faturamento de US$ 2,45 bilhões, o que representa uma alta de 10,8% em relação à receita prevista para este ano.


No primeiro semestre de 2015, as vendas no varejo têm sido sustentadas em parte devido ao "boom" dos livros para colorir - há quem critique essa classificação, dizendo que não se tratam de livros, mas cadernos de colorir. "Há muitas editoras vendendo os livros para pintar, o que está compensando. Essa é uma febre que no Brasil e em outros países", disse Luís Antonio Torelli, presidente da CBL. "Mas não sabemos até quando essa febre vai durar."


A Kalunga, varejista de papelaria, também venderá os livros de colorir em suas lojas e estima um aumento de 135% na demanda por lápis de cor por conta dessa moda.


As livrarias continuam sendo o principal ponto de venda de livros, com quase 50% total de pontos de comercialização. Na sequência, vêm os distribuidores, com uma fatia de 9,45%. (Colaboraram Gustavo Brigatto e Cibelle Bouças)


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