A crise na indústria automobilística deu uma nova feição ao mercado de automóveis no Brasil. Os modelos Gol e Uno, que por muitos anos sempre estiveram entre os mais vendidos, agora foram suplantados pelo HB20, da Hyundai, e Onix, da GM - embora o Palio, da Fiat, ainda mantenha a liderança conquistada no ano passado.

Marcas com modelos de tecnologia e design mais modernos estão conseguindo atravessar melhor o período de turbulência, assim como aquelas que têm lançamentos a oferecer.

Essa situação reflete as restrições ao crédito, as taxas de juros mais altas e o fim dos incentivos fiscais, além do endividamento das famílias e a escalada da inflação, que afetam mais as montadoras com maior exposição ao segmento popular.

É o que explica um carro como o HR-V, da Honda, ter lista de espera superior a três meses e figurar, em pouco mais de dois meses de venda, entre os 26 modelos mais emplacados do ano, mesmo com preços a partir de R$ 70 mil.

Ainda que o consumo de veículos esteja no nível mais baixo em oito anos, com números negativos em praticamente todos os segmentos, quatro montadoras estão resistindo à recessão. Com carros ainda importados da Alemanha - antes da inauguração de suas fábricas locais -, as marcas de luxo Audi e Mercedes-Benz comemoram seu melhor ano desde que começaram a vender no Brasil. Além delas, somente Toyota e Honda ainda conseguem crescer.