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Diário do Comércio online - BH (MG) ( DC Turismo ) - MG - Brasil - 04-06-2015 - 11:44 -   Notícia original Link para notícia
Burocracia para entrar na América não impede sonho de brasileiros


Legislação de migração norte-americana é codificada através do INA/Arquivo DC


                  Se por um lado a contagem de brasileiros vivendo fora do País é uma tarefa complicada e as próprias autoridades admitam que estão abaixo da realidade, os números oficiais são um bom indicativo para compreendermos como os cidadãos nascidos no Brasil se espalham pelo mundo. O Ministério das Relações Exteriores estima que cerca de 2,5 milhões de brasileiros vivam no exterior. Já o Censo 2010, conduzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou os principais países de destino: Estados Unidos (23,8%), Portugal (13,4%), Espanha (9,4%), Japão (7,4%), Itália (7,0%) e Inglaterra (6,2%). Esse grupo de países representa quase 70% do total.

Para conseguir viver nos Estados Unidos, porém, é preciso estar atento às políticas de migração muito antes de comprar uma passagem. Se de um lado os trâmites para vistos temporários para lazer e estudo são bastante conhecidos, de outro os vistos permanentes, ou green cards, têm uma dinâmica muito mais difícil e demorada.

De acordo com a advogada especialista em imigração Ingrid Baracchini, são diversos tipos de vistos que permitem a permanência do visitante no país, desde aqueles com grau de parentesco até para quem deseja fazer algum tipo de investimento financeiro. "É um verdadeiro alfabeto de vistos, cada um com suas exigências e usos. Os green cards podem ser válidos por dois ou até dez anos e precisam ser renovados periodicamente. É importante que quem deseja se mudar para os EUA tenha uma boa assessoria e contrate um profissional especializado. É preciso ter em mente que um processo como esse é demorado e caro, portanto planejamento é fundamental", explica Ingrid Baracchini.

Toda a legislação de migração norte-americana é codificada através do Immigration Nation Action (INA). Os profissionais especializados e os investidores têm maiores chances de conseguir o visto permanente e para eles existem categorias específicas. A principal é a EB. O green card EB1 é para artistas reconhecidos internacionalmente que decidem viver e trabalhar nos Estados Unidos. O EB2 é para outras categorias profissionais com igual reconhecimento internacional. Nesse caso, o trabalhador não precisa estar vinculado a um empregador, como acontece nas demais modalidades de visto de trabalho - o profissional é o seu próprio sponsor (patrocinador).

A categoria EB5 é a que mais interessa aos investidores. Ela serve para quem vai investir no país de maneira autônoma ou associada a investidores nacionais. O objetivo da categoria é atrair investimentos estrangeiros. O valor mínimo para o investimento associado é de US$ 500 mil e autônomo, US$ 1 milhão. Também existe a categoria L1, para quem deseja abrir uma filial de empresa brasileira em território norte-americano. Nesse caso a matriz tem que ser, no mínimo, de porte médio, com mais de 14 funcionários e faturamento suficiente para manter a operação americana.

Os norte-americanos procuram profissionais altamente especializados, que sejam reconhecidos nos seus meios de atuação como os melhores. Engenheiros, médicos pesquisadores e pesquisadores agrícolas são alguns dos mais cotados. "A principal dificuldade do brasileiro é o não domínio do inglês. Com relação aos investidores, é a falta de comprovação de origem do dinheiro. Quem é isento do imposto de renda, por exemplo, precisa declará-lo de qualquer forma para efeito de comprovação. Brasileiros não guardam documentos e isso é um grande problema. E, por fim, o maior erro é mentir na hora de fazer o pedido. Infelizmente, em 2014 o Brasil foi o campeão de tentativas de fraude junto à imigração dos Estados Unidos. Isso faz com que tudo se torne mais difícil para todos", completa a especialista.


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