Uma proposta é que parte da via seja um corredor só para ônibus; estudo foi apresentado aos comerciantes na terça (2)

Apesar de ainda não ter sido definida, mudanças já desagradam comerciantes da região

Um estudo desenvolvido para alterar o tráfego da região Central de Betim e elaborado pela Berta Engenharia, a pedido da Transbetim - autarquia que gerencia o trânsito do município -, está gerando polêmica. Isso porque, de acordo com uma das propostas feitas, um trecho da avenida Amazonas pode ser transformado em um corredor exclusivo para ônibus. A medida, que vem sendo apresentada à população nos últimos dias, já desagrada alguns moradores e, em especial, os comerciantes, principais afetados com as mudanças.

Pela apresentação feita pela Transbetim, no auditório da Câmara dos Dirigentes LojistasCâmara dos Dirigentes Lojistas (CDLCDL) da cidade, na terça-feira (2), foram elaborados dois estudos para a avenida Amazonas. (Confira as mudanças no quadro ao lado). O primeiro cria uma pista exclusiva para ônibus na avenida Amazonas, da altura do Viaduto do Lapinha até a avenida Governador Valadares, sendo que os demais veículos seriam obrigados a fazer o desvio pela rua Belo Horizonte até a avenida Governador Valadares.

A segunda opção seria a de criar uma faixa exclusiva para coletivos na avenida Amazonas, da altura do Viaduto Lapinha até a Governador Valadares. Contudo, nesse caso, ficaria permitido que, em uma das faixas na Amazonas, os motoristas pudessem trafegar. Assim, a rua Belo Horizonte serviria como mais uma opção de desvio até a avenida Governador Valadares.

Para o comerciante Ronaldo Abreu, caso alguma dessas medidas seja aprovada, vai diminuir o fluxo de clientes, acabando com todo o comércio da Amazonas. "Ela é a parte mais importante do centro da cidade. Muitas pessoas também dependem desses aluguéis aqui para sobreviver, e elas também serão afetadas, pois ninguém mais vai pagar tão caro para ter uma loja aqui. Vai ficar ruim para todo mundo."

O comerciante Roger Bandeira, que há 18 anos também atua na via, concorda. Para ele, qualquer uma das mudanças vai prejudicar os lojistas. "Isso só pode ser para beneficiar o prefeito ou algum vereador, não? Porque parece mentira que alguma proposta assim tenha sido menos elaborada. Não há como tirar tanta gente e carro daqui. Se isso acontecer, vamos fechar as portas. Nós comerciantes precisamos nos unir e impedir isso", afirmou.

Sidenir Aparecido Coelho, comerciante há dois anos na Amazonas, que participou da reunião na CDLCDL na última terça-feira (2), afirmou que está certo de que fechará as portas do seu comércio, se a mudança acontecer. "É uma falta de respeito com quem tanto investe dinheiro e sonho em Betim. A cidade está mal planejada e não tem cabimento uma medida dessa. Vou perder dinheiro e outros comerciantes também já pensam em desistir", criticou.

Incógnita

Um dos pontos que não foi esclarecido é sobre o custo do investimento para as obras, já que, nos últimos meses, o governo vem realizando uma série de cortes em serviços básicos, como saúde e educação.

Segundo o presidente da Transbetim, Givaldo Vasconcelos, o valor que será gasto com as mudanças somente poderá ser informado após ter sido decidido qual dos estudos será aprovado. "Só assim poderemos prever quanto será o custo do projeto", explicou.

Um novo encontro com os comerciantes da região Central será realizado no auditório da prefeitura para discutir com os lojistas as propostas. A data ainda não foi divulgada pelo governo municipal.