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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 02-06-2015 - 09:27 -   Notícia original Link para notícia
Crise já atinge micro e pequenos varejistas

Levantamento detecta que esses empresários estão com dificuldades na hora de conduzir os seus negócios



O estudo levou em consideração apenas empreendimentos com mais de um funcionário/Alisson J. Silva


Os micro e pequenos empresários (MPEs) varejistas e prestadores de serviços já estão sofrendo os efeitos do atual cenário de recessão econômica do País. Pesquisa realizada peloServiço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) aponta que 15% das empresas ouvidas pretendem demitir nos próximos três meses.

De acordo com o levantamento divulgado ontem, os efeitos da piora da economia brasileira podem ser percebidos também pela dificuldade que esses empresários estão tendo na hora de conduzir os negócios. Para 32% dos entrevistados, o principal entrave enfrentado para a manutenção e o crescimento de suas empresas é o cenário político-econômico.

Já para 15,4% dos participantes, o maior problema tem sido conquistar e manter os clientes. E para 13,6% o desafio é conseguir sobreviver diante da alta carga tributária brasileira.

"Não há como negar que a incerteza em relação ao futuro da política econômica do País tem pesado muito. O pior problema é que o empresário, seja ele proprietário de uma micro, pequena ou grande empresa, precisa ter certeza do cenário econômico para projetar seu negócio. Isso, atualmente, tem sido impossível, o que leva todos a pisarem no freio, à espera de uma sinalização positiva para dar andamento nos projetos", afirmou o gerente Financeiro da SPC Brasil, Flávio Borges.

O estudo também mostrou que entre o percentual de empresários que pretendem demitir nos próximos três meses o número de cortes deve ser, em média, de dois funcionários por empreendimento. Por outro lado, a pesquisa também revelou que 9% das MPEs pretendem contratar mão de obra nesse mesmo intervalo de tempo: uma média de três funcionários por empresa.


Perfil - O estudo considerou apenas as micro e pequenas empresas com mais de um funcionário e traçou o perfil dos gestores e das empresas desse segmento, além de mapear os fatores externos que influenciam seu crescimento e sustentabilidade. Com um faturamento médio anual de R$ 439 mil e mensal de R$ 36,5 mil, os empresários entrevistados pertencem ao segmento de varejo (52,5%) alimentício, vestuário, materiais de construção e móveis e decoração e de serviços (47,5%), do setor alimentício, serviços financeiros, tecnologia e informática, transportes e da área da saúde.

De acordo com os dados analisados na pesquisa, o perfil predominante do gestor de micro e pequenas empresas é do sexo masculino, tem de 35 a 54 anos, possui de ensino médio (36,4%) a superior completo (31,1%) e tem renda familiar entre cinco e dez salários mínimos (R$ 3.940 a R$ 7.888).

O estudo também mostrou que 66% das empresas possuem entre um e quatro funcionários e, em média, nove em cada dez colaboradores são registrados. Quando observado o tempo de atuação das empresas, 87% estão há mais de nove anos no mercado.


Desafio - A análise feita pelo SPC Brasil mostra, ainda, que os micro e pequenos empresários brasileiros consideram um desafio empreender no País. Para Borges, o cenário político-econômico atual influencia fortemente essa percepção e a intenção de demitir é preocupante. "Não tem jeito, sempre quando algo não vai bem nas finanças da empresa, a primeira atitude do empresário é cortar gastos. Mesmo que os impactos dessa decisão sejam ruins", ressaltou.

O gerente financeiro da CNDL lembra que uma das queixas mais comuns de quem decide empreender no Brasil é a dificuldade de estruturação de seu negócio. "Isso acontece porque a maioria dos micro e pequenos empresários não está bem estruturada, não possui um plano de negócios".

A boa notícia, revela, é que o empreendedor brasileiro é resiliente. "Cerca de 20% dos participantes da pesquisa disseram que já encerraram um negócio anteriormente. Isso quer dizer que as pessoas não desistem na primeira tentativa", completou.


Índice de criação de empresas cai em abril


São Paulo - O índice de nascimento de novas empresas da Serasa Experian registrou queda de 9,1% em abril ante março, com um total de 168.124 novos negócios criados no País. Em relação a abril de 2014, foi registrada alta de 3,1%. No acumulado do primeiro quadrimestre, foram criadas 648.488 empresas, alta de 2,5% em relação a igual intervalo do ano passado.

Os economistas da Serasa voltaram a afirmar que a desaceleração da criação de novas empresas no acumulado do ano (no primeiro quadrimestre de 2014 o crescimento havia sido de 6,9%) reflete o cenário econômico mais adverso, caracterizado por redução da confiança empresarial, alta da inflação, dos juros e da taxa cambial, além do baixo dinamismo da atividade.

Na passagem de março para abril, a criação de empresas individuais caiu 20,2%, para 14.965 novos negócios; o nascimento de novas empresas de outras naturezas teve queda de 18,2%, com 8 784; as 17.443 novas sociedades limitadas registraram criação de 17.443 unidades, representam retração de 15,3%; enquanto o número de novos microempreendedores individuais (MEIs) surgidos em abril foi de 126.932, recuo de 5,8% no período.

Serasa também volta a afirmar que a crescente formalização dos negócios no Brasil é responsável pelo aumento constante das MEIs, registrado desde o início da série histórica do indicador. Em seis anos, elas passaram de menos da metade dos novos empreendimentos (42,4%, em 2010) para 75,5% no último levantamento.

Na divisão por regiões geográficas, o Sudeste segue liderando o ranking de nascimento de empresas, com 325.141 novos negócios abertos entre janeiro e abril de 2015, ou 50,1% do total. A Região Nordeste segue em segundo lugar, com 18,3% do total. O Sul continua em terceiro lugar, com 16,6% de participação, seguido do Centro-Oeste (9,7%) e Norte (5,3%).

O setor de serviços continua sendo o mais procurado por quem quer empreender: de janeiro a abril, 397.779 novas empresas surgiram neste segmento, o equivalente a 61,3% do total. Em seguida, aparecem 195.563 empresas comerciais (30,2% do total) e, no setor industrial, foram abertas 53.105 empresas (8,2% do total) neste mesmo período. (AE)


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