Leitura de notícia
Estado de Minas Online ( Gerais ) - MG - Brasil - 01-06-2015 - 11:50 -   Notícia original Link para notícia
BH da pizza e do falafel

Festas para celebrar culturas italiana e judaica reúne milhares de pessoas na capital. Savassi se transformou em cozinha a céu aberto e Mangabeiras resgatou tradições


Marinella Castro


Publicação:01/06/2015 04:00



Família Antonini foi uma das muitas de descendência italiana que marcaram presença


Na Savassi, espaguete, pizza, danças típicas como a tarantela. No Mangabeiras, falafel, receitas antigas de doces judaicos, vinho das colinas de golã, literatura e artesanato de Israel. Nos dois pontos da cidade, uma boa dose das culturas italianas e judaicas transformaram Belo Horizonte na capital da confraternização internacional. A nona edição da Festa da Itália, na Avenida Getúlio Vargas, atraiu cerca de 10 mil pessoas, segundo a Polícia Militar. Cerca de 50 mil, de acordo com os organizadores. Na XXIV Festa de Israel, ao longo do domingo, mais de 6 mil pessoas, participaram do encontro ao longo do dia, segundo os organizadores.

Cerca de 30 restaurantes transformaram a Savassi em uma grande cozinha italiana. Em comemoração ao Dia da República da Itália, a proposta da festa é reunir ítalos-descendentes, italianos e brasileiros para festejar uma das datas mais importantes do calendário do país.

O clima de confraternização reuniu famílias, crianças e animais de estimação. Até o fechamento da edição não havia ocorrência de destaque registrada pela Polícia Militar e quem foi elogiou a organização, mas reclamou das filas para comprar tíquetes, e depois para pedir o prato escolhido. Os estudantes Rauer Castro, de 22 anos, e Gabriela Menezes, de 21, em clima de piquenique, almoçaram pizza sentados no canteiro da Getúlio Vargas. "A festa é muito legal. Assistimos a apresentação de danças e a segurança está boa. Só as filas é que são grandes demais", comentou o estudante. O engenheiro Filipe Barone e a enfermeira Bárbara Viegas foram juntos à festa. Eles elogiaram o evento, mas também não aprovaram as filas e consideraram o preço salgado. "Paguei R$ 24 por um capeletti. Acho que por ser um evento popular, os preços poderiam ser mais baratos", diz Bárbara.

Retrato da festa, a família Antonini reuniu 50 pessoas em uma grande mesa no centro da avenida. Bem ao gosto italiano, eles levaram para o almoço de domingo petiscos como salames, queijos, pães e vinho tinto. "É uma oportunidade para nos encontrar, conhecer quem nasceu na família e conversar com os mais velhos", conta Sônia Regina Antonini, que aos 72 anos é uma das matriarcas da família. Da Região da Toscana, eles são descendentes de Pelegrino Antonini, fundador da cerâmica Horizontina, que depois se transformou em cerâmica Antonini Savassi. "A cerâmica fabricou o material para construção de prédios públicos de Belo Horizonte, como o Palácio da Liberdade e a antiga Secretaria de Educação", lembra Sônia. Com direito a camiseta e faixa, a família não economizou na alegria. Teve até aniversário comemorado na rua. "Estou completando 44 anos", revelou o contador Guilherme Antonini.


Segundo a organização, foram arrecadados 30 toneladas de alimentos para doação. Renzo Lucciola, diretor da Aciba, não soube precisar os valores arrecadados pela festa, mas disse que a organização consome cerca de R$ 500 mil. "Apesar da crise, a festa recebeu um grande público e preservou o clima familiar. Temos máximo preocupação em não permitir situações como a venda de bebida alcoólica a menores."
Shirlei Vieira, gerente da Pizzaria 68, estava satisfeita com o resultado. Praticamente sem conseguir parar enquanto conversava com a reportagem, ela calculou que venderia centenas de pizzas. "Pretendemos vender cerca de 3 mil fatias."

JUDEUS Os judeus chegaram aqui na fundação da capital e se estabeleceram nas mais diversas profissões, comércio, indústria e profissionais liberais. Culinária típica da região, doces que seguem receitas muito antigas, artesanato, vinho, livros e danças típicas israelitas atraíram a comunidade judaica e o público em geral para a confraternização. Salvador Ohana, presidente da Federação Israelita do Estado de Minas Gerais, diz que cerca de mil famílias de origem judaica vivem em Belo Horizonte. "São cerca de 5 mil pessoas", aponta. Ele explica que a festa comemora a independência do estado de Israel e tem objetivo de promover a confraternização, além de ser uma mostra de cultura. Na capital, existem duas sinagogas, um cemitério judaico, uma escola, dois clubes e um instituo histórico. "Hoje, sugerimos a alguns vereadores que criem em BH a festa dos países", afirmou.

O estudante de medicina Michael Zarnowoski vai à festa todos os anos e, dessa vez, levou a namorada, a médica Marcela Ferreira, e amigos. "É uma festa muito familiar. Gosto de assistir a leakat (dança judaica) e provar a culinária das mulheres mais antigas da comunidade", comentou.



Doces judaicos foram atração à parte na Festa de Israel, comemorada no Mangabeiras


Palavras Chave Encontradas: Criança
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).
© Copyright. Interclip - Monitoramento de Notícias. Todos os direitos reservados, 2013.