A Intel está perto de comprar a fabricante de processadores "programáveis" Altera por até US$ 15 bilhões, segundo fontes a par do assunto. Caso concretizada, será a maior aquisição na história da fabricante californiana de circuitos integrados.

A compra pode ser anunciada esta semana, de acordo com uma fonte que foi informada sobre as negociações entre as duas empresas, e se somaria à recente onda de fusões e aquisições no setor de microprocessadores.

Na quinta-feira, a Avago, de Cingapura, acertou a compra da rival americana Broadcom por US$ 37 bilhões em dinheiro e ações, na maior aquisição no mundo da tecnologia desde a bolha das empresas "ponto.com" no fim dos anos 90.

Em março, a holandesa NXP assinou acordo para comprar a Freescale. O negócio envolveu cerca de US$ 11,8 bilhões.

A onda de fusões chega em meio à pressão de grupos como Apple e Samsung para que as fabricantes de semicondutores melhorem os preços dos chips dos telefones celulares que produzem. Além de ganhar maior poder de negociação com as fusões, as produtoras de chips buscam alternativas de expansão em um momento de baixo crescimento orgânico.

A Altera, que tem mais de 3 mil funcionários em 19 países, ajudaria a Intel a se diversificar e a depender menos do mercado de computadores pessoais, de baixa expansão. Também lhe permitiria absorver parte do excesso de capacidade em suas fábricas de circuitos integrados.

Os chips da Altera são usados em redes - uma área de mais crescimento -, em aparelhos militares e em vários equipamentos sem fio, automotivos, de telecomunicações e de outros usos industriais.

Quando assumiu o comando a empresa há dois anos, o executivo-chefe da Intel, Brian Kraznich, comprometeu-se a reavivar o foco da empresa na parte industrial. A Intel já fabrica alguns produtos para a Altera. Esta desenvolve e projeta chips, mas depende de nomes como a Intel e a TSMC, uma fabricante taiwanesa, para produzi-los.

As ações da Altera subiram 4% no pregão de sexta-feira, depois de o jornal "New York Post" ter noticiado primeiramente que as companhias estavam próximas de um acordo. As ações da Intel tiveram valorização mais modesta, com alta de 1,35%. (Tradução de Sabino Ahumada)