Em meio à crise enfrentada pela indústria automotiva, as montadoras instaladas em Minas Gerais deverão reduzir de forma significativa o ritmo em junho. A Mercedes-Benz anunciou que irá paralisar a produção de caminhões por um período de 15 dias em sua unidade em Juiz de Fora, na Zona da Mata. Já a Iveco Latin Americaconcederá férias coletivas para os operários em Sete Lagoas, na região Central do Estado.

A partir do dia 1º de junho todos os funcionários que atuam na produção da Mercedes na Zona da Mata estarão em férias coletivas até o dia 15 do mesmo mês. De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora, João César da Silva, a medida deverá afetar cerca de 500 operários.

A empresa informa que o período de férias coletivas visa o ajuste da produção à retração do mercado. Porém, a Mercedes não revela quantos veículos deixarão de ser fabricados no período. Além de Juiz de Fora, a companhia irá interromper as operações em São Bernardo do Campo (SP).

As férias coletivas terão início na data marcada para o retorno de 89 trabalhadores que estavam em lay-off (suspensão temporária de contratos de trabalho). A estratégia é adotada desde outubro do ano passado.

Além disso, a Mercedes negocia com os trabalhadores dois novos períodos de lay-off e redução na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) deste ano. Os operários já aceitaram a proposta, porém exigem a manutenção dos empregos na unidade.

Informações do sindicato dão conta que os períodos de suspensão de contratos seriam entre junho e novembro de 2015 e dezembro deste ano e abril de 2016. A reunião entre empresas e trabalhadores deverá acontecer nesta segunda-feira.

Na planta em Juiz de Fora são produzidos os modelos Accelo e Actros. A unidade pode produzir até 50 mil caminhões anualmente e conta com cerca de 750 funcionários.

Iveco - Já a Iveco concederá férias coletivas de 10 dias para parte de seus operários a partir de 8 de junho, conforme informações do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sete Lagoas, Ernane Geraldo Dias. Um segundo grupo de funcionários entrará de licença em 11 de junho e ficará por um período de 30 dias.

O número de trabalhadores afetados pela medida não foi informado. A montadora foi procurada pela reportagem na noite de sexta-feira, mas não havia fonte disponível para confirmar as férias coletivas.

Já a produção de veículos da Fiat Automóveis, em Betim (RMBH), também será interrompida em junho. A montadora decidiu prolongar a parada prevista para o feriado de Corpus Christi até 12 de junho. A paralisação deverá afetar cerca de 16 mil metalúrgicos. A empresa não informa quantos veículos deixarão de ser produzidos no período.

Além das paradas técnicas e férias coletivas, a Fiat não está operando durante os finais de semana, pois cortou as operações aos sábados, quando os operários trabalhavam em regime de horas extras. A estratégia de ajuste de produção à demanda de mercado é adotada desde o ano passado pela montadora italiana.

Entre o Natal e o Ano Novo, por exemplo, a empresa concedeu férias coletivas para cerca de 15 mil funcionários e manteve somente as equipes de áreas de manutenção e segurança. Com a medida, cerca de 12 mil veículos deixaram de ser produzidos.