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Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 29-05-2015 - 09:50 -   Notícia original Link para notícia
Redes de franquias se multiplicam por todas as regiões


Fernando Belleza: "Ponto de equilíbrio da operação está previsto para o oitavo mês, mas devemos atingir no quarto"


Novas redes de pet shop estão chegando ao mercado, com expansão planejada para todo o Brasil. Somente a americana Petland, com 148 lojas em onze países, pretende abrir mais de 300 pontos, somente na Grande São Paulo, até 2020. Segundo Cláudio Tieghi, diretor de inteligência de mercado da Associação Brasileira Franchising (ABF), antes de escolher uma franquia do setor, o empreendedor deve verificar a localização da unidade. "É importante checar se a região almejada para instalar o negócio já tem concorrentes na vizinhança", diz. Há opções com investimentos de R$ 70 mil a R$ 700 mil.


Criada nos Estados Unidos em 1967, a Petland, iniciou seu processo de expansão via franquias a partir do Canadá. No Brasil, a operação começou em maio de


2014, com a abertura de uma unidade própria no bairro do Campo Belo, em São Paulo. "Hoje, são nove lojas na capital paulista, sendo seis em operação e quatro em construção", diz Rodrigo Albuquerque, sócio-diretor da marca e responsável pelo plano de expansão no Brasil.


Somente no ano passado, a empresa inaugurou quatro lojas e a meta para 2015 é vender 22 contratos, além de abrir três pontos próprios. O projeto de expansão para Bahia, Paraná e Espírito Santo prevê, respectivamente, 25, 40 e 15 lojas, nesses Estados, até 2020. Segundo Albuquerque, a estratégia é oferecer estabelecimentos compactos em regiões residenciais, praticando o mesmo preço de megalojas do setor, mas com a facilidade de estar mais perto dos clientes.


Todos os colaboradores da rede recebem treinamento, segundo o executivo. Ao se tornar um franqueado, o empresário passa por dez dias de cursos sobre planejamento estratégico, manutenção e nutrição de animais. Há, ainda, auditorias mensais nas lojas. Na vistoria, são avaliados 42 itens, como recepção a clientes, higiene e condições dos filhotes à venda. "As metas de faturamento também são analisadas, com o objetivo de melhorar o crescimento da franquia."


O investimento total em um ponto é a partir de R$ 320 mil, com prazo de retorno de 24 a 36 meses. Dependo do tamanho da loja, são exigidos, no mínimo, cinco funcionários. O faturamento médio estimado por unidade é de R$ 876, por metro quadrado.


Em Curitiba (PR), o empresário Fernando Belleza abriu uma loja há dois meses, no bairro do Batel, depois de um aporte de R$ 700 mil. Com oito colaboradores, vende cães, pássaros e roedores. Atende, em média, dez animais ao dia, para serviços de banho e tosa.


"Ainda não começamos a ter retorno financeiro. O ponto de equilíbrio da operação é planejado para o oitavo mês mas, pelo ritmo das vendas, devemos atingir esse patamar até o quarto mês", diz. A estimativa é faturar R$ 800 mil, em 2015.



Criadas em São José do Rio Preto (SP), as marcas PetTopete, de serviços e produtos, e a Pet'Stok, somente de acessórios, estão de olho no interior paulista. "Iniciamos como distribuidora de itens e rações para pequenos e grandes animais e hoje trabalhamos com alimentos, acessórios, cemitério e crematório", explica José Flores Zocal, diretor comercial da MultiStok, dona das duas empresas, que começaram a ser franqueadas no ano passado.


Hoje, há dois pontos da Pet'Stok e três franquias da PetTopete, todas em São José do Rio Preto. Com uma unidade em instalação em Penápolis (SP), a previsão para 2015 é inaugurar mais cinco lojas de serviços. "A transformação do negócio em franquia foi uma solicitação de pessoas interessadas em ter um negócio igual ao que instalamos."


Para Zocal, o empreendedor do ramo precisa ter afinidade com animais e conhecer o mercado." Quem tem capital para instalar uma loja acha que poderá se dar bem, mas somente o dinheiro não faz a diferença nesse nicho", diz. "É necessário que o próprio empresário gerencie o estabelecimento, para conseguir fidelizar o cliente com simpatia e dinamismo."


Dependendo do modelo e tipo de franquia, o investimento nas redes varia de R$ 70 mil a R$ 700 mil. O prazo de retorno é de 12 até 60 meses, na opção de aporte maior. A estimativa de faturamento, também de acordo com o tamanho da loja, vai de R$ 30 mil a R$ 300 mil, ao mês.


Na franquia Pet Bonosso, também de São José do Rio Preto, o investimento inicial é de R$ 130 mil, com retorno entre 18 e 24 meses. Segundo o sócio-diretor Pedro Navarrete, o negócio, focado em alimentação e criado em 2014, começou a partir da Bonosso, indústria brasileira de petiscos para animais com mais de dez anos de mercado.


A Pet Bonosso tem uma unidade em operação e a previsão é encerrar o ano com dez pontos. "Quase 100% dos produtos à venda nas lojas são de fabricação própria", afirma.


Construtora se especializa em lojas para o segmento


Construir lojas para redes de franquias. Com essa especialização, a construtora paulista MB3 Engenharia conseguiu formatar uma cartela de clientes e atingir um crescimento de 230% no número de obras anuais, desde a sua inauguração, há quase cinco anos. "Por mais que os projetos de um mesmo cliente sejam parecidos em tamanho e layout, a cada novo ponto de venda temos de lidar com situações diferentes de logística e aprovação de documentos para a liberação das obras", diz o arquiteto e sócio Marco Grenier, que investiu R$ 50 mil para abrir o negócio, em agosto de 2010.


O escritório, com 21 funcionários, é chamado para obras de curta duração em shopping centers, restaurantes e sedes corporativas. Pelo menos 30% dos 55 clientes são ligados a franquias, como Vivara, L'Occitane, Swarovski, Adidas e Pandora, além da Temakeria e Cia e Quem disse Berenice? "Começamos atendendo a indústria de joalheria e beleza, segmentos exigentes com detalhes e com a experiência dos clientes dentro das lojas."


A companhia tem projetos em quase todos os shopping centers da Região Metropolitana de São Paulo. Somente no novo centro de compras Cidade de São Paulo, inaugurado na Avenida Paulista no mês passado, entregou quatro lojas, como Cavalera e Ana Capri. Dependendo do projeto, uma obra é finalizada entre 15 e 35 dias.


Em 2014, a empresa faturou R$ 8 milhões e a estimativa para 2015 é crescer 5%. A crise econômica não assusta o empresário. "Os investimentos planejados para o varejo há três ou quatro anos se mantêm e não devem apresentar retração", diz. "Mas o cenário político-econômico é desencorajador para o investidor de pequeno porte. Há franqueadoras com dificuldades de vender."


O empresário afirma que o desenvolvimento da construtora nos últimos cinco anos foi pautado por uma política de captação e manutenção de clientes. "Em 2012 e 2013, a expansão das marcas estava focada em capital próprio. Desde 2014, notamos uma movimentação das empresas para crescer por meio de franquias", diz. Segundo ele, manter contratos exige controle e rigor de processos. "Noventa por cento da nossa divulgação é feita por indicação de clientes e arquitetos de shopping centers."


Para fidelizar mais clientes, Grenier oferece serviços como o envio do cronograma semanal da obra, relatórios fotográficos com o andamento do projeto e manutenção na pós-entrega. Na apresentação final do trabalho, realiza um "checklist" com possíveis pendências que devem ser resolvidas em sete dias. Problemas que venham a surgir depois de seis meses após a entrega são sanados sem custo.


O empresário André Machado, diretor da Compre Store, também resolveu investir no nicho de redes franqueadas. Criou uma plataforma on-line especializada em suprimentos padronizados para franquias. Vende desde itens de papelaria até materiais de segurança homologados pelas franqueadoras. Atualmente, atende 15 empresas de diferentes setores, como a Loja das Torcidas, de material esportivo, e a San Martin Franchising, do segmento de seguros.


Vans adaptadas começam a ganhar terreno com serviços de banho e tosa



Beto Bretaña (esq.) e César Cantarella, da Van's Dog: previsão de abertura de oito unidades até o ano que vem


Os pet shops sobre rodas aparecem como opção mais econômica para quem deseja explora o setor de animais de estimação. Com investimento a partir de R$ 69 mil, sem contar o valor do automóvel, as franquias de vans adaptadas oferecem produtos e serviços de banho e tosa, com a vantagem de estacionar próximo à casa do cliente. As redes do setor têm poucos anos de atividade e estão começando a cadastrar parceiros.


Em Curitiba (PR), os sócios Beto Bretaña e César Cantarella, da Van's Dog Franchising, querem entregar oito unidades até 2016. A rede tem dois veículos próprios, em operação desde 2011. "O lançamento aconteceu em março de 2014, na Feira de Franquias de São Bernardo do Campo, em São Paulo", lembra Bretaña, também médico veterinário.


Depois de graduado, o empresário trabalhou três anos fora de Curitiba. Quando a distância da namorada, que ficou na capital paranaense, começou a apertar, ele pesquisou o mercado e identificou uma carência de serviços para donos de animais de estimação. A empresa foi fundada em 2011 e, três anos depois, ganhou Cantarella como sócio, que trouxe uma experiência de mais de dez anos de executivo em multinacionais.


No ano passado, a dupla contratou uma consultoria para formatar a ideia como franquia. "Além de qualificações para gerir um negócio, o empreendedor do ramo deve ter sensibilidade para trabalhar com animais, considerados membros da família do cliente", diz Cantarella.


O investimento total na franquia, sem o carro, é de R$ 75 mil, e inclui a adaptação do veículo. A empresa usa o modelo Renault Master L2H2, com preço de entrada estimado em R$ 25 mil. O retorno financeiro é previsto a partir do nono mês de operação e o faturamento médio pode chegar a R$ 20 mil, ainda no primeiro ano de atividade.


A rede paulista Animal e Cia, que começou o franqueamento no ano passado, usa o Fiat Ducato, com teto alto. O investimento total vai de R$ 115 mil a R$ 140 mil, com o veículo.


"O retorno financeiro depende do ritmo de trabalho, mas pode ser recuperado em dez meses", diz o franqueador Nelson Piery da Silva. O faturamento médio pode chegar a R$ 19,2 mil.


Com duas unidades próprias e três franquias, a rede fechou três contratos, este mês, em Mato Grosso, Minas Gerais e no Rio de Janeiro. A previsão é chegar a 20 pontos móveis, até dezembro.


Ana Vecchi, diretora da consultoria Vecchi Ancona -Inteligência Estratégica, especializada em franquias, afirma que o segmento de pet shops móveis ainda é pouco explorado, com oportunidades de sobra. "Há, pelo menos, 34 marcas de pet shops móveis, a maioria concentrada em São Paulo."


A especialista diz que as empresas ainda estão nos primeiros estágios de estruturação das redes, com poucos ou nenhum franqueado, e que falta informação, para quem quer investir, sobre os modelos de negócio. "Para levantar o número de unidades e a localização de uma companhia, tive de recorrer ao 'timeline' do Facebook da empresa."


Segundo Ana Vecchi, as redes querem atingir principalmente donos de cães das classes A e B, e oferecem um mix de serviços equivalentes. Os Estados que mais têm unidades são São Paulo, com sete veículos; Rio de Janeiro (4) e Paraná (3). Incluindo a van, o investimento varia de R$ 69 mil a R$ 160 mil.


Antes de assinar um contrato, o futuro franqueado deve levantar informações sobre a necessidade de alvará de funcionamento e permissão especial para circular ou atender na rua. A consultora acredita que o mercado pode, também, rumar para novas segmentações, como a oferta de serviços de clínica veterinária e atendimento para outros animais, como gatos.


Para Paulo César Mauro, diretor da Global Franchise, especializada em franqueamento, o setor de pet shops deve crescer cerca de 5% em 2015 e há marcas estrangeiras mirando o Brasil. "A americana Aussie Pet Mobile tem um investimento unitário em torno de R$ 120 mil", diz.


Valor apurou que a Aussie Pet Mobile está à procura de master franqueados na América Latina. O objetivo é iniciar a expansão a partir do mercado nacional, com a meta de instalar 12 unidades até o final do ano. A rede tem mais de 300 unidades em cinco países, como Estados Unidos, Reino Unido e China. Já há interessados no Paraná e São Paulo.


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