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Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 29-05-2015 - 10:22 -   Notícia original Link para notícia
Tecnologia 'analisa' o consumidor


Federico Massamormile: SMS e redes sociais disparam ações promocionais



Novas tecnologias criadas para o varejo identificam clientes que entram nas lojas, mandam promoções personalizadas via celular e até analisam o sorriso do consumidor depois do atendimento. A ideia dos desenvolvedores de pequeno porte é oferecer soluções de baixo custo que possam aumentar o fluxo de compradores nos pontos de venda, além de conhecer melhor perfis de consumo. Há opções a partir de R$ 100 mensais.


A Hanzo oferece uma plataforma que pretende atrair o consumidor para as lojas, por meio do celular. Segundo o CEO Federico Pisani Massamormile, é possível usar mensagens de texto (SMS) ou redes sociais para disparar programas de fidelidade e ações promocionais segmentadas. "Podemos enviar um cupom de desconto para um cliente que está na frente de uma gôndola de supermercado ou avisar o vendedor que um determinado usuário entrou na loja, informando suas preferências e histórico de compras", diz. "Os comerciantes podem aumentar o número de visitantes, o valor do tíquete médio e ainda conhecer melhor os gostos dos consumidores."


Mesmo com a recessão, o executivo garante que é alta a expectativa de venda da solução, em 2015. "O plano é triplicar o faturamento com essa linha de negócios", diz, sem revelar números. Entre lojistas, a Hanzo acumula nove clientes que somam 494 pontos de venda.


O preço da solução varia de acordo com as funções escolhidas e o número de lojas cobertas. Para se ter uma ideia, em redes de franquias, o custo varia de R$ 100 a R$ 150, por unidade, ao mês.


Na KiiK, a oferta é um aplicativo que funciona como uma carteira eletrônica, para realizar pagamentos em bares e restaurantes. O sistema captura um QR Code por meio da câmera do celular e paga as contas com um cartão de crédito previamente cadastrado. Está disponível em cerca de 100 estabelecimentos, em São Paulo, Fortaleza (CE) e Goiânia (GO) para cinco mil usuários ativos, segundo Alex Barbirato, um dos fundadores da companhia.


A ferramenta também auxilia o consumidor na busca dos locais indicados pela KiiK e envia notificações sobre o andamento da fila de espera nos restaurantes. "Graças às interações dos clientes, os empresários também podem medir o nível de satisfação do público e criar campanhas personalizadas", diz. O aplicativo é grátis para usuários da Apple Store e Google Play. Já os estabelecimentos pagam uma taxa de acordo com os valores transacionados.


Se a intenção do comerciante é analisar o comportamento do consumidor na loja, a Seed, criada no ano passado, desenvolveu uma solução baseada em câmeras e sensores que reconhecem as prateleiras mais visitadas e o fluxo de compradores. É possível observar características dos clientes, como sexo e faixa etária, e gerar análises sobre hábitos de consumo.


"O sistema também avalia a equipe de vendas, por meio da taxa de conversão ou do número de pessoas que saem da loja sem comprar", diz o CEO Francisco Forbes. É possível ainda identificar o tempo médio de permanência nas filas dos caixas ou a expressão de satisfação do cliente, depois da compra. "Observamos se ele sorriu ao se despedir do atendente." A solução já foi adotada em 800 pontos de venda e custa R$ 300 mensais.


Este ano, a expectativa da Seed é mais do que dobrar o faturamento de 2014, que alcançou R$ 1,1 milhão, e chegar a três mil lojas. A maioria dos clientes é de grupos varejistas com mais de 20 unidades, como Arezzo e Camisaria Colombo, além de shopping centers, como o SP Market, em São Paulo.


Fernando de Arteaga, sócio-fundador da Movecash, preferiu desenvolver uma ferramenta para facilitar o recebimento de contas dos empreendedores autônomos. "Com o celular, o usuário envia um boleto para o e-mail do cliente e, quando o documento é compensado, o dinheiro é disponibilizado para o vendedor em um cartão pré-pago da Mastercard ", explica.


Ele pretende conquistar cerca de três mil clientes, em um ano. A intenção, explica, é atrair profissionais liberais sem conta em banco ou com restrições de crédito. O serviço pode ser contratado por R$ 14,90, mais R$ 2,50 por boleto compensado. A Movecash também criou um aplicativo de celular para gestão de vendas e estoque.


Programas reduzem os custos operacionais


Mais estudos de casos práticos, estreitamento das relações com o varejo e tempo para teste e desenvolvimento dos produtos. Esse parece ser o mantra dos desenvolvedores de soluções tecnológicas que conseguiram chamar a atenção de clientes. Enquanto a Vip-Systems aperfeiçoa um produto de "loja inteligente" há 20 anos, a GeekSys criou várias ferramentas até chegar a um software que, por meio de mapas de calor, mostra os locais mais frequentados dos estabelecimentos comerciais.


"Os lojistas querem soluções com mais recursos, como gestão de estoques, além de garantir uma melhor experiência de compras do consumidor e redução de custos operacionais", afirma Regiane Relva Romano, CEO da Vip-Systems, que trabalha com inovação para o varejo há 20 anos. Em 2010, a empresa lançou a solução Loja Inteligente, com sistemas de gestão (ERP), inventário e catálogo eletrônico de produtos. A primeira implantação, em 2011, em uma unidade da marca de surfwear Billabong virou um estudo de caso para o doutorado da empresária, na Fundação Getulio Vargas (FGV).


Na prática, a novidade baseada na tecnologia de identificação por radiofrequência (RFID) usa microchips e antenas como uma alternativa ao código de barras das mercadorias. A ideia é rastrear o produto do estoque à boca do caixa. "A loja diminui o tempo de atendimento no PDV, pois não será necessário 'ler' item a item, e agiliza a prevenção de perdas, dispensando o uso das 'bolachas' antifurto", garante.


O equipamento, composto de leitor e antenas, custa cerca de US$ 5,8 mil e cada etiqueta vale R$ 0,40. A empresa tem 20 licenças instaladas e pretende, pelo menos, quintuplicar esse número, em 2015. A lista de clientes inclui a Meiamania, multimarca de moda íntima, Óticas Carol e a Ri-Happy, do setor de brinquedos. Segundo Regiane, varejistas que consigam absorver o valor de R$ 0,40 por peça são candidatos ao uso da tecnologia.


Na startup paulista GeekSys, o aperfeiçoamento das soluções é feito a cada lançamento de produto, desde 2012. Sessenta por cento do faturamento bruto da companhia será investido em pesquisa e desenvolvimento, este ano, um valor 25% superior ao montante usado em 2014. A empresa já criou um software que reconhece sexo, idade e expressão facial de clientes por meio de câmeras instaladas nas lojas, e um sistema para livrarias que cruza mais de 70 dados diferentes dos terminais de consulta e venda para analisar o desempenho comercial de produtos. O objetivo é descobrir quantas vezes o valor de um item é consultado pelos clientes e a frequência dessa mesma mercadoria nas caixas registradoras.


Agora, uma das novidades da marca é um programa que roda em nuvem e analisa imagens de sistemas de câmeras. Por meio de mapas de calor, mostra as prateleiras mais frequentadas do local. No ano passado, a invenção venceu um concurso de inovação promovido pela empresa de tecnologia capixaba ISH e a aceleradora de negócios Start You Up.


"Nossa ideia é oferecer uma plataforma para a captura e análise de informações para lojas físicas, baseada em dados já existentes, como estoque, vendas e imagens de câmeras", explica o CEO Luiz Vitor Martinez Cardoso, que abriu uma filial da empresa em San Francisco, nos Estados Unidos.


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