O desejo de ser dono do próprio negócio é inerente ao povo brasileiro. Conforme a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizada no Brasil pelo Sebrae e Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), três em cada 10 brasileiros adultos, entre 18 e 64 anos, têm uma empresa ou estão envolvidos com a criação de um negócio próprio. O levantamento revela que, nos últimos 10 anos, o número de empreendedores no país saltou de 23%, em 2004, para 34,5%, no ano passado. Os dados comprovam que não falta vontade de empreender. Contudo, algumas questões não permitem que essas pessoas coloquem em prática seu projeto, como a falta de dinheiro.

Entretanto, o orçamento limitado não é motivo para abandonar o plano de se tornar independente financeiramente. Sabemos que o Brasil atravessa um péssimo momento econômico e político, dificultando ainda mais a implementação de novos negócios. O mercado disponibiliza várias alternativas para sustentar e suportar quem pretende ingressar no franchising e não tem capital disponível.

A franquia tem a seu favor a perspectiva positiva de ser um empreendimento que oferece uma maior margem de segurança, por ser um modelo já testado e aprovado pelo mercado. Para driblar a falta de dinheiro, há opções como subsídios, empréstimos, financiamentos e sociedades. Porém, a situação requer atenção: o processo de pesquisa para avaliar as opções de recurso financeiro deve ser realizado com rigor. O ideal é contar com consultorias especializadas para garantir uma melhor indicação de instituições financeiras para a contratação do empréstimo ou para orientação sobre as demais possibilidades.

No caso da contratação de um financiamento, o futuro franqueado deve conhecer bem as diversas instituições financeiras públicas e privadas com crédito disponível para comparar taxas e prazos e condições de contrato. Alguns franqueadores também dispõem de recursos para financiar seus franqueados, situação que pode ser uma alternativa para ampliar as possibilidades de negociação sobre as taxas de juros e garantias. Se a opção for um sócio investidor, é necessário que as obrigações e direitos das partes sejam bem definidos e registrados devidamente em contrato, propiciando uma parceria duradoura e exitosa.

Recentemente, o Sebrae liberou R$ 25 milhões para garantir crédito a franquias, assinando um convênio de cooperação técnica e financeira com o Banco Bradesco. A parceria visa resolver parte das dificuldades na obtenção de um financiamento para franquias, sendo que o Sebrae entra como avalista, no caso de o empreendedor não ter garantias suficientes. Inicialmente, o convênio terá duração de cinco anos, para atender pequenos negócios, com faturamento de até R$ 3,6 milhões por ano, na modalidade de franquias.

Trata-se de uma ótima oportunidade para empreendedores. É de extrema importância o empresário saber quanto de dinheiro precisará e como ele será gasto. Um empréstimo acima do necessário pode comprometer futuramente o fluxo de caixa, e se for abaixo pode inviabilizar o empreendimento. Em geral, no Brasil, sempre calculamos um gasto 20% maior para os usuais imprevistos.

Felizmente, o mercado oferece atualmente muitas opções para auxiliar quem quer ter o próprio negócio, mas não tem dinheiro. Depois de pesquisar e planejar as melhores alternativas para começar o seu empreendimento, o próximo passo é trabalhar com persistência e dedicação e os resultados, certamente, vão aparecer.