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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 22-05-2015 - 09:41 -   Notícia original Link para notícia
Indicador do BC aponta queda de 0,81% na economia no 1º trimestre

Em março, retração foi de 1,07%. Analistas devem rever projeções


- BRASÍLIA- Famílias com renda mais apertada e indústria retraída pela queda do consumo fizeram com que a economia encolhesse 0,81% no primeiro trimestre deste ano. Somente em março, a retração foi de 1,07%, de acordo com o IBCBr, o índice de crescimento criado pelo Banco Central (BC), divulgado ontem. As contas já consideraram as mudanças metodológicas do cálculo do Produto Interno Bruto ( PIB) feitas pelo IBGE. Como os economistas do mercado financeiro não sabiam como o BC atualizaria o cálculo do IBC-Br, fizeram projeções com os dados antigos. Agora, estas devem ser revisadas.


A aposta média era de retração econômica de 0,7% nos três primeiros meses do ano. As projeções, que variavam de queda de 0,4% a 1%, foram feitas depois de o IBGE divulgar, na semana passada, que as vendas do comércio caíram 0,8% no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2014, o pior resultado dos últimos 12 anos. Com menos dinheiro no bolso - por causa do aumento do desemprego, da desaceleração do crescimento da renda, da inflação e dos juros mais altos -, as famílias consomem menos.


QUADRO DE DESACELERAÇÃO


Na hora de calcular o IBC-Br, o BC também usa o desempenho da indústria. Com o consumo em queda, os empresários ficam mais cautelosos e produzem menos. A produção do setor caiu nada menos que 5,9%. Nos últimos 12 meses, o indicador aponta que a economia brasileira encolheu 1,18%. É praticamente o resultado que os analistas esperam para o ano. De acordo com o boletim Focus, apurado semanalmente pelo BC junto aos economistas das principais instituições financeiras, a projeção é que a economia encolha 1,2% neste ano.


O BC revisou para cima o IBCBr em fevereiro, de crescimento de 0,36% a uma alta de 0,59%. Já o de janeiro foi recalculado para baixo: de contração de 0,11% para recuo de 0,30%.


Segundo o diretor de Pesquisas Econômicas do Bradesco, Octavio de Barros, os dados do IBC- Br de março reforçam a expectativa de retração do PIB - nos dados oficiais - no primeiro trimestre.


Para o economista do Banco Espírito Santo Flávio Serrano, as mudanças metodológicas feitas pelo BC só alteraram levemente os dados, mas não mudam o fato de o país registrar a maior contração da atividade econômica desde os anos 90. Ele lembrou que, na crise de 2009, o país teve recessão, mas logo se recuperou.


- Temos um quadro de desaceleração que está se agravando - frisou Serrano, que espera uma retração ainda maior no segundo trimestre, com recuperação mais lenta depois - Sabemos que o negócio está feio. É um ajuste profundo na economia. O segundo semestre deve ser melhor que o primeiro, mas não quer dizer que vai ser bom. Vai ser muito ruim. Pode ser zero de crescimento, ou uma queda mais leve.


O chamado "PIB do BC" serve como um indicador antecedente do comportamento da economia porque é mais simples e calculado de forma mais rápida que o dado oficial do IBGE. Ambos medem a atividade econômica, mas há diferenças na metodologia. O IBCBr foi criado pelo BC para orientar a política de controle da inflação. Ele leva em conta a trajetória dos indicadores de indústria, agropecuária e serviços. Já o PIB é calculado pelo IBGE a partir da soma dos bens e serviços produzidos no país, de impostos a consumo das famílias, passando por gastos do governo e investimentos.


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