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Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 21-05-2015 - 09:59 -   Notícia original Link para notícia
Unilever muda o foco para produto mais popular


Fernandez, da Unilever: faturamento de R$ 16,7 bilhões no ano passado no Brasil


As marcas da Unilever típicas do Nordeste vão viajar para outras regiões do país neste ano. A multinacional anglo-holandesa decidiu priorizar itens mais populares em resposta ao ambiente econômico mais difícil. "O foco é na equação de valor, em produtos que atendam as classes menos privilegiadas", diz o presidente Fernando Fernandez.


O sabão em pó Ala, desenvolvido para as regiões Norte e Nordeste, já está nas prateleiras de São Paulo. "Acreditamos que marcas como esta oferecem uma boa proposta de valor e se encaixam bem na situação econômica do Brasil hoje", diz o executivo.


A estratégia é bem diferente da adotada nos últimos anos, quando a aposta era na sofisticação de consumo, com marcas como a linha para cabelo TRESemmé e o sorvete Magnum, da Kibon. A ideia era aproveitar o aumento de renda e a ascensão da classe média. Agora, a Unilever incorporou lançamentos pensados para as classes mais baixas e passou a atuar em novas categorias, como a de tira manchas, no caso de Omo. "[O consumidor] pode fazer uma escolha, diminuir a frequência ou mudar para uma opção mais barata, mas os muitos brasileiros que entraram em novas categorias de consumo nos últimos anos, em que a Unilever está presente, dificilmente sairão", diz o presidente.


A companhia aposta na variedade do portfólio para navegar com mais facilidade no cenário de desaceleração do que os concorrentes, inclusive ganhando mercado. Em cabelo, é dona de TRESemmé e Keratinology, consideradas 'premium', mas também de Seda, com forte presença nos lares da classe C, D e E. Em sabão em pó, Omo é líder de mercado, mas Surf e Brilhante diversificam o mix de produtos.


A empresa projeta crescimento de vendas de um dígito alto no Brasil em 2015, o que representa desaceleração ante o avanço de dois dígitos dos últimos anos. Em 2014, o crescimento já foi de 9%. O faturamento somou R$ 16,7 bilhões, ante R$ 15,3 bilhões de 2013. A filial brasileira é a segunda maior da Unilever, atrás apenas dos Estados Unidos.


O ambiente está mais difícil, devido aos custos mais altos de insumos como energia elétrica e água, além da valorização do dólar (moeda de compra de matérias-primas) ante o real. Mas a companhia trabalha por eficiência e fez aumento de preços abaixo da inflação, diz Fernandez.


Ele citou piora no desempenho de categorias para lavagem de roupa e, em menor escala, xampus e sabonetes no primeiro trimestre de 2015, devido à crise hídrica. "O mercado como um todo teve queda e no curto prazo vemos volumes sensíveis na Grande São Paulo." Cerca de metade do portfólio da Unilever está associado ao consumo de água. Na produção, não houve prejuízo em razão de desabastecimento hídrico.


A Unilever prevê investir entre 4% e 5% da receita líquida em infraestrutura produtiva no país em 2015, em nome de uma estratégia de longo prazo. "Não fazemos investimentos olhando o próximo trimestre, mas o futuro. Estamos há 87 anos no Brasil e queremos ficar muito tempo mais."


No segundo semestre deve ser inaugurada a fábrica de Aguaí (SP), que produzirá itens de limpeza e higiene pessoal para atender Minas Gerais e parte da região Oeste. Será a décima unidade no país - outras nove estão distribuídas entre São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Pernambuco. "Em São Paulo, estamos aumentando a produção, porque há demanda não atendida."


A Unilever não é a única a olhar para itens de valor mais baixo para impulsionar as vendas. Desde o segundo semestre de 2014, a Bombril combina embalagens com um produto básico e outro de maior valor. A demanda por itens da Bombril com preço abaixo de R$ 5 subiu de janeiro a março, a ponto de desfalcar produção e estoques.


Ontem, a Unilever apresentou os avanços de seu plano sustentabilidade. Entre 2008 e 2014, o consumo de água caiu 36% e a emissão de gases estufa diminuiu 35%.


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