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O Tempo ( Cidades ) - MG - Brasil - 20-05-2015 - 10:30 -   Notícia original Link para notícia
Contra as drogas, mais câmeras

Seds vai implantar 120 equipamentos para monitorar usuários de entorpecentes e identificar traficantes



Caos. Reportagem flagrou detidos fora de celas em Central de Flagrantes da Polícia Civil anteontem


Comerciantes da área central da capital reclamaram nesta terça, em encontro com o subsecretário de Políticas sobre Drogas, Rafael Miranda, na de Belo Horizonte (-BH), que o aumento da criminalidade na região tem relação direta com o uso de entorpecentes. Na tentativa de enfrentar o consumo e o tráfico de drogas na área central, a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) - à qual está ligada a subsecretaria - anunciou que implantará 120 câmeras para monitorar os usuários e identificar possíveis traficantes. Outra iniciativa a ser adotada é o uso de oito ônibus como bases operacionais - pontos de monitoramento das imagens das câmeras - e de quatro motos e outros quatro carros para a patrulha.

Parte do programa Crack, É Possível Vencer, as câmeras vão começar a ser instaladas em até quatro meses. Segundo o subsecretário, os equipamentos serão espalhados no eixo da avenida Antônio Carlos, entre o bairro Santa Branca, na região da Pampulha, e o entorno da rodoviária, o que contempla a região conhecida como Cracolândia, no bairro Lagoinha, na região Noroeste da capital.

As 120 câmeras serão monitoradas por militares e guardas municipais treinados para fazer atendimento e abordagem a usuários de drogas. Nesse primeiro momento, os equipamentos não serão integrados ao programa Olho Vivo, de prevenção da criminalidade, que tem 420 câmeras.
"A gente sabe que a maior concentração de usuários de drogas está entre a região da rodoviária, no centro, e a Lagoinha. Com as câmeras, poderemos acompanhar essa população e determinar as ações a serem adotadas, como intervenção policial para coibir um crime ou encaminhamento dos usuários a atendimento na rede de assistência social ou comunidades terapêuticas", afirmou.

Crimes e drogas. "O sujeito rouba uma correntinha de ouro e vende por R$ 10 para comprar droga. Depois rouba um celular, vende pelo mesmo preço e troca pelo mesmo valor. Isso aumenta a sensação de insegurança e atrapalha as vendas", afirmou Jonísio Lustosa, presidente do Conselho Regional para o Hipercentro da -BH.

Ele reclama de que traficantes atuam sempre no centro. "Eles estão usando quartos de hotéis no centro para comercializar drogas. Como a cada dia estão em um estabelecimento diferente, o trabalho da polícia fica difícil".

Balanço. Segundo dados divulgados pela Seds neste mês, os roubos na capital aumentaram 10,33% no primeiro quadrimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2014. Comandante do 1º Batalhão de Polícia Militar (PM), o tenente coronel Vítor Araújo - responsável pelo policiamento no centro - reconheceu o aumento no número de roubos na região e destacou que há limitação da atuação da corporação.

"Sempre que há flagrante de crime, a PM faz a prisão. Os roubos aumentaram, mas a maioria não é de casos violentos. O problema das drogas não é responsabilidade só das forças de segurança, é preciso ações de saúde e de outras áreas", afirmou Araújo.


Recursos
Origem
. As iniciativas anunciadas nesta terça integram o programa Crack, É Possível Vencer e vão custar R$ 8 milhões. A verba tem origem em orçamento do Ministério da Justiça.


Crack
Investimento. 
Iniciativa do governo federal, o programa Crack, É Possível Vencer foi criado em 2011. Minas Gerais e um dos Estados que aderiu à ação, que financia investimentos em infraestrutura para ajudar no combate ao uso de drogas.

Tratamento. Além de custear a compra de equipamentos para utilização em repressão e prevenção do uso e tráfico de drogas, o programa atua no âmbito do tratamento do usuário. Desde 2011, foram criados ao menos 88 leitos de internação no Estado.


Equipe específica vigia quem espera ser ouvido por delegado


Diante da crise no sistema prisional, a Polícia Militar (PM) criou equipe específica para fazer a segurança dos presos que esperam ser ouvidos em delegacias. Com a iniciativa, que teve início nesta semana, militares que atenderam ocorrências que resultaram nas detenções podem deixar o preso no local e voltar a fazer a patrulha nas ruas.

A medida objetiva evitar um desfalque do policiamento preventivo em Belo Horizonte, afirma o chefe do Comando de Policiamento da Capital, coronel Cícero Leonardo da Cunha. "Com a superlotação prisional, os policiais perdiam muito tempo à espera da finalização da ocorrência. Agora, o militar continua a ronda e, quando o delegado for fazer o atendimento, é acionado pelo rádio". O número de policiais destacados para o trabalho varia conforme a quantidade de presos.

O coronel destacou que concurso está aberto para que, até 2017, o policiamento na região metropolitana seja reforçado com 1.410 novos agentes, voltados à área operacional.


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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