Leitura de notícia
Estado de Minas Online ( Opinião ) - MG - Brasil - 18-05-2015 - 08:00 -   Notícia original Link para notícia
Exportações debilitadas

Quando se fala na situação econômica do país, não há como não responsabilizar o governo sob muitos aspectos. Mas também merecem críticas os especuladores e os empresários que não privilegiam a competitividade, fator de suma importância quando o negócio é o mercado externo. A atual cotação do dólar norte-americano (em torno de R$ 3) é problema e solução, dependendo do lado: de um, encarece a importação de bens de capitais; de outro, favorece as exportações. O Brasil sofreu, em 2014, a maior queda nas suas vendas externas entre as 30 principais economias mundiais, registrando substancial recuo no ranking dos maiores exportadores do planeta. Segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), a performance da balança comercial brasileira continuará capenga neste ano e em 2016. Em dezembro passado, o país ocupava o 25º lugar na lista de vendedores mundiais, atrás da Tailândia, Suíça e Malásia. Em 2013, o Brasil detinha a 22ª posição, com 1,3% da fatia do comércio internacional e vendas de US$ 242 bilhões. Em 2014, mesmo estando entre as 30 maiores economias do mundo, o país vendeu somente US$ 225 bilhões para o exterior (1,2% do total mundial), uma retração de 7%.

Para 2015 e 2016, a previsão é de que as economias sul-americanas terão o pior desempenho do mundo, com aumento de apenas 0,2% neste ano e de 1,6% no ano que vem. Enquanto isso, a expansão mundial será de 3,3% e 4%. O Brasil será o grande responsável pelo desempenho pior no subcontinente. A falta de crescimento dos emergentes e as dificuldades na Europa obrigaram a OMC a prever uma expansão menor dos fluxos comerciais neste ano. Originalmente, a previsão da organização era de uma expansão de 5% em volume em 2015. Mas foi reduzida para 4,3% e, agora, caiu para 3,3%. Em 2016, será de 4%.

Em 2001, o Brasil era o 28º maior exportador, com 0,9% do comércio internacional. Em 2005, passou a ser o 25º maior, com 1,1% do comércio. O boom nos preços de commodities levou o país a aumentar sua participação e chegou a acumular 1,3%. O salto, a cada ano, chegava a ser de mais de 20% em vendas. Mas o impulso era dado pela inflação nos preços do aço, do açúcar, da soja e de outros itens, tops da carteira brasileira. Mas o fim dos bons tempos no mercado de matérias-primas e de produtos agrícolas impôs reveses à balança comercial.

Falta ao Brasil competitividade em vários segmentos do setor industrial com vínculo ao mercado internacional. Vê-se que o patamar de preços no setor de commodities não foi compensado por uma alta nos demais segmentos. Agora, com o dólar geralmente acima dos R$ 3, vender mais ao exterior deveria ser imperativo, embora a renovação do parque industrial fique prejudicada pela alta da moeda norte-americana. Urge agregar valores às commodities brasileiras, mas a idade média das máquinas da indústria brasileira, de 18 anos, leva muitos parques fabris do país a não dar a devida resposta. A hora, pois, é de trabalhar e competir mais e especular menos.


Nenhuma palavra chave encontrada.
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).
© Copyright. Interclip - Monitoramento de Notícias. Todos os direitos reservados, 2013.