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Portal Hoje em Dia (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 18-05-2015 - 11:15 -   Notícia original Link para notícia
Com juros em alta, comércio aposta no desconto para pagamento à vista

Alguns lojistas chegam a oferecer até 40% de desconto para pagamento à vista


Com as vendas em queda livre e os juros para capital de giro em ascensão, os descontos para pagamento à vista voltaram à moda. Se na época de abundância do comércio eles ficaram magrinhos e caíram em desuso, agora, com a necessidade do lojista de ter dinheiro em caixa para reinvestir e honrar compromissos, ganharam corpo e ocupam lugar de destaque nas vitrines.


"Os juros para capital de giro dispararam. Se até um tempo atrás conseguíamos taxa de 1,6%, hoje não encontramos por menos de 2,2% ao mês. Ou seja, ficou praticamente inviável o crédito para pequena e média empresa. Para se capitalizar, a solução encontrada por muitos lojistas foi oferecer bons descontos para quem pagar à vista", diz o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Belo Horizonte (Sindilojas-BH), Nadim Donato.


Segundo Donato, nos tempos áureos do comércio, quando o setor surfou na onda do crédito fácil e barato, era comum o lojista oferecer somente entre 3% e 5% de desconto para pagamentos à vista. Com a piora gradativa nas vendas, os abatimentos chegam a 7%, 10%.


Preços convidativos


Mas tem empresário que vai além dos 10%. É o caso da Pedra do Sol, loja especializada em semi joias na Savassi, que promete preços até 40% mais baratos.


"Adotamos a estratégia para atrair o cliente que passa pela calçada. É uma maneira de chamar a atenção, fazer com que ele entre na loja e faça negócio", diz a gerente Michele Rodrigues.


Segundo ela, um a pulseira que custa R$ 298 sai por R$ 178 à vista. Já o preço de um par de brincos pode cair de R$ 168,80 para R$ 100.


O empresário Ivanildo Coelho, dono da Casa Coelho, que vende máquinas e ferramentas para a indústria moveleira no Centro, também aposta nas vendas à vista para reforçar o caixa no cenário de crise como o atual.


"Os vendedores são treinados a incentivar essa forma de pagamento. Se recebemos logo, temos como aproveitar as promoções que os fornecedores nos oferecem. No final, todo mundo pode sair ganhando", revela.


A estratégia é uma resposta ao revés do comércio. "Com a incerteza da economia brasileira, os consumidores estão tentando evitar o endividamento. Ninguém está querendo gastar. Assim, boas ofertas podem fazer a diferença", diz a supervisora de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Luana Oliveira. Ao consumidor, indica ela, cabe pechinchar.


Criatividade



Para o presidente da de Belo Horizonte (-BH), , para driblar a maré desfavorável, a receita é usar e abusar da criatividade, adequar os custos ao faturamento mais enxuto e buscar formas de agradar ao cliente. "Com a inflação em alta e restrição ao crédito para pessoas físicas e jurídicas, o pagamento à vista volta a ser valorizado", destaca.


A coordenadora institucional da Associação de Defesa dos Consumidores Proteste, Maria Inês Dolci, ressalta que o ideal é que os lojistas ofereçam o mesmo desconto para todas as formas de pagamento à vista, inclusive para o cartão de crédito.


"O que não pode é a cobrança diferenciada para transações que não são parceladas. Isso cria uma discriminação entre os meios de pagamento", adverte.


 No primeiro trimestre deste ano, a queda nas vendas do comércio varejista de Belo Horizonte chegou a 1,67%, na comparação com igual período de
2014


 "O momento está propício para o consumidor pechinchar"
Luana Oliveira - supervisora de estudos da Fecomércio



Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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