O primeiro trimestre não foi nada aninador para o comércio da Capital. Na comparação com o mesmo período de 2014, houve retração de 1,67% nas vendas, sendo que somente em março, ante idêntico mês de 2014, a baixa chegou a 2,55%, segundo pesquisa divulgada ontem pela Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDLCDL/BH).

Com isso, lojistas já estão revendo as projeções relativas ao crescimento neste ano. Se antes as previsões apontavam para alta de 1%, agora a torcida é que ocorra pelo menos um empate com o resultado do exercício anterior. A pesquisa mostrou ainda que em 12 meses o setor registra baixa de 0,4%.

Entre os indicadores negativos, os que mais afetam o desempenho do setor são o baixo crescimento econômico, a alta inflação, a redução da renda, a piora dos níveis de emprego, os juros em escalada crescente e o baixo otimismo do consumidor. A conjunção desses fatores afeta diretamente o ambiente de negócios no País, gerando baixa nas vendas.

Também pesa sobre os resultados do comércio o mau momento vivido por outros segmentos. "Setores que empregam milhares de pessoas, como a construção civil e o automotivo, estão demitindo. Na prática, isso significa menos pessoas no mercado de trabalho e menos vendas", afirma o presidente da CDLCDL/BH, Bruno FalciBruno Falci.

Apenas na comparação entre março e fevereiro as vendas aumentaram (3,96%). Mas isso não passa de fruto da sazonalidade. Como o Carnaval deste ano aconteceu em fevereiro, o mês teve menos dias úteis. Com uma base de comparação comprometida, já era esperado o crescimento.

Receita - O faturamento do setor também caiu. Segundo a Análise Mensal do Comércio Varejista de Belo Horizonte, também divulgada ontem, pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas), 59,1% dos empresários faturaram em abril menos do que em março. A receita do mês passado só foi melhor para 21,2% dos entrevistados, enquanto 19,6% mantiveram o resultado. Na comparação com abril do ano anterior, 66,3% tiveram resultados piores. Outros 18,8% ficaram no zero a zero e 15% apresentaram alta.

Para maio, 63,1% dos empresários esperam faturamento melhor do que no mês anterior. E apenas 10,8% admitem perdas. "Não podemos esquecer que tivemos o Dia das Mães. O otimismo não significa que haverá uma melhora do cenário. E sim que é esperada interferência positiva da sazonalidade", afirma o economista da Fecomércio Minas, Guilherme Almeida.