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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 13-05-2015 - 09:41 -   Notícia original Link para notícia
Arte se destaca em BH

Mercado amadurece e galeristas destacam aumento no volume de negócios. Feira terá primeira edição na cidade


Luciane Evans


Publicação:13/05/2015 04:00



Flávia Albuquerque destaca interesse crescente do público jovem


Toda vez que um martelo é batido selando um novo leilão de arte, levanta-se a questão: como anda o mercado de artes no Brasil? Desta vez, o responsável pelo burburinho é o quadro de Picasso As mulheres de Argel, arrematado na segunda-feira, em Nova York, por US$ 179,3 milhões (cerca de R$ 537 milhões) e o mais caro leiloado na história. Longe do valor astronômico, no Brasil, 80% das obras são negociadas em galerias, por valores entre R$ 600 e R$ 15 mil. Em Minas Gerais, o mercado das artes cresce a cada dia, apontando novos comportamentos de consumo. Uma peça de Almílcar de Castro, por exemplo, já foi leiloada na cidade por R$ 1,8 milhão.

Terceiro mercado consumidor de arte do país, depois da abertura ao público do Centro de Artes Contemporânea Inhotim e da criação do circuito de museus na Praça da Liberdade, Minas tem alavancado bons negócios na área. Prova disso é que, Belo Horizonte terá, enfim, a sua primeira feira especializada em artes visuais, que acontece entre os dias 23 e 26 de maio, no Minascentro. Serão 30 galerias participantes, e a estratégia é dobrar esse número em 2016 e, no ano seguinte, contar com galeristas internacionais.

Em São Paulo, a SP Arte, maior do Brasil, teve, em abril, a sua 11 edição, com um público de 23 mil pessoas, e um volume de vendas de R$ 140 milhões. Os valores, segundo comenta o presidente da Associação Brasileira de Arte (Abart), Amilton Soares Júnior, há hoje uma geração que começa a sentir a necessidade de mudança de valores. "Por muito tempo, as pessoas se destacavam pela roupa que usavam, hoje, é pela obra que ela têm", afirma. Sócia da galeria Celma Albuquerque, em BH, Flávia Albuquerque diz que, há 30 anos no mercado da capital, vê um crescimento no interesse das pessoas pelas obras, principalmente do público jovem. "BH cresceu muito nessa área depois do circuito dos museus e de Inhotim. Tornou-se um mercado respeitado", afirma. "Agora, as pessoas passaram a olhar para arte como uma forma de investimento e, mais conscientes, procurando conhecer melhor os artistas", diz. A galeria de Flávia faz seis exposições por ano.



Leonardo Reis comemora o crescimento nas obras negociadas

Segundo Murilo Castro, dono de uma galeria na capital que leva o seu nome, o mercado de BH é maduro. "Há um potencial muito grande. A feira de arte é importante para mostrar a vitalidade do setor", diz. Segundo ele, a arte é, em uma crise econômica nacional, a última a sofrer e a primeira a sair.

Para Murilo, o mercado de artes visuais pode ser divido em duas áreas: primária e secundária, sendo que, a primeira é referente às exposições. "A secundária são os leilões que é uma atividade de vendas de obras de arte, mais voltada para colecionadores", diz.

Um dos sócios do Errol Flynn, galeria de arte em BH, Leonardo Reis,  explica que, no local são feitas quatro exposições e quatro leilões por ano e, antes, as vendas chegavam a 30% das obras oferecidas. "Nos últimos que fizemos, esse percentual foi para 95%", comemora. Ele revela oferecer ao cliente a opção de pagameno parcelado em até 10 vezes. "É uma forma de atrair as pessoas. A arte brasileira tem sido vista como um bom investimento. As pessoas têm procurado artistas novos e com bom potencial para investir."


SERVIÇO
ArtBH - Feira de Arte Moderna e Contemporânea

Data: 23 a 26 de Maio
Local: Minascentro


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