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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 13-05-2015 - 09:50 -   Notícia original Link para notícia
FMI elogia ajuste, mas pede esforço maior para superávit

VIVIAN OSWALD Correspondente vivian.oswald@oglobo.com.br big picture


Em Londres, Levy defende mais participação do setor privado


-RIO E LONDRES- O Fundo Monetário Internacional (FMI) elogiou o ajuste fiscal promovido pelo governo brasileiro, mas espera um pouco mais de esforço. Em relatório anual sobre o país, o organismo recomendou superávit primário (economia do governo para pagar juros da dívida pública) de 2,5% do PIB em 2016. A meta é 0,5 ponto percentual maior que a fixada pela equipe econômica, que prometeu poupar 1,2% do PIB neste ano e 2% nos dois anos seguintes. O estudo - conhecido como Artigo IV - foi concluído em março, mas só foi divulgado ontem.



FERNANDO DONASCI/16-3-205Levy. Em Londres, ministro da Fazenda afirmou que 2016 será o ano de colher resultados


"Indo além de 2015, a nova meta do governo de 2% do PIB para o superávit primário começaria a reduzir a dívida pública no cenário macroeconômico central, mas aumentar essa taxa em 0,5% do PIB ajudaria a colocar a dívida pública em um caminho de redução mais firme, ao reduzir os juros da conta mais rapidamente e aumentar a resiliência a choques e potenciais riscos fiscais", afirma o texto.


O Fundo admite que o país enfrenta objetivos conflitantes: apoiar a atividade econômica e resgatar a credibilidade, via ajuste fiscal.


O organismo multilaretal recomendou mais independência nas decisões envolvendo as políticas monetária e fiscal, inclusive com a criação de um conselho fiscal independente. O documento defende a independência do Banco Central para alcançar a meta da inflação, de 4,5%, citando a garantia legal para atuar em busca da estabilidade de preços e de um mandato fixo para seu presidente. Atualmente, o chefe da autoridade monetária pode ser demitido a qualquer momento pelo presidente da República.


O estudo também prevê recuo de 1% da economia brasileira este ano, com crescimento de apenas 0,9% em 2016 - abaixo do 1% esperado pelo mercado.


FOCO EM ÁREAS 'MENOS SEXY'


Mas nada disso abalou a confiança do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Em encontro com investidores em Londres, ele lembrou que países como Estados Unidos e China também passaram por ajustes.


- Nós também temos que ajustar nossas políticas. Estamos ajustando a nossa economia para a nova situação global - disse Levy, durante o jantar de gala organizado pela Embaixada do Brasil e a Câmara de Comércio Brasil-Reino Unido, no qual foi escolhido personalidade do ano.


Ele afirmou que em 2016 o Brasil verá os resultados das medidas tomadas agora em três segmentos: consolidação do ajuste fiscal, realinhamento dos preços às condições de mercado e infraestrutura. Levy quer levar ao mercado londrino propostas de projetos de financiamento para infraestrutura. A ideia é atrair fundos de investimento e outros para debêntures emitidas por empresas do setor.


O ministro disse ainda que o governo trabalha em outras áreas "menos sexy":


- Há algumas coisas que não são muito sexy, mas são muito importantes, como a reforma tributária. O ICMS é complicado. Estamos ajudando os estados a tornarem o sistema mais simples.


Em conversa com jornalistas, Levy destacou a necessidade de mostrar aos investidores o que o país está fazendo para retomar o crescimento.


- Um dos problemas do Brasil é que a gente não explica as nossas coisas. A gente conta uma história, fica pela metade. O cara tem que ter uma (quadro amplo). É isso um pouquinho do que eu vou fazer também amanhã (hoje).



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