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Estado de Minas Online ( Gerais ) - MG - Brasil - 12-05-2015 - 09:51 -   Notícia original Link para notícia
Pichação que 'deu' flores

Depois de observar freira pintando muro alvo de vandalismo, grupo de amigos transforma estrutura em jardim. Quem passou pelo Bairro Funcionários aprovou iniciativa


Maria Alzira, Mariana, Gustavo e Paula passaram a tarde de ontem pintando o muro do Mosteiro Santa Clara, na Rua Santa Rita Durão



Intervenção com as cores do afeto, retocadas no tom exato da simpatia e permeadas pela gentileza urbana. De forma espontânea, um grupo de três professores e uma estudante de medicina deu cara nova ao muro do Mosteiro Santa Clara, na Rua Santa Rita Durão, no Bairro Funcionário, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Na tarde de ontem, usando tintas vermelha, verde, amarela e branca, eles transformaram a pichação que enfeiava o cimento chapiscado em ramos, flores e consideração pela cidade. Muita gente parou para admirar o "jardim" e não se cansou de aplaudir a iniciativa, na certeza de que ideias criativas são sempre bem-vindas e podem florescer em outros cantos de BH.


Tudo começou quando, na semana passada, a professora de educação física Paula Moura de Oliveira passou em frente ao mosteiro e viu uma freira visitante pintando um buquê de flores numa parte do muro, mais perto da entrada principal. "Ela estava até com um cavalete, muito concentrada no trabalho", disse a professora. Impressionada e feliz com o trabalho, Paula falou com os amigos Maria Alzira Vilela, professora de artes, Gustavo Isaac Machado, professor de inglês, e Mariana Vilela, estudante de medicina, e juntos decidiram seguir o exemplo da religiosa, pedindo antes autorização à direção do mosteiro.


Com a permissão, mãos à obra...de arte. Gustavo nunca tinha trabalhado com arte mural, mas, seguindo as orientações de Maria Alzira, levou adiante a tarefa com orgulho. "Acho que está ficando bom", comentou com um sorriso e brilho nos olhos azuis. A proposta não era cobrir as pichações, que incluem até siglas de grupos vinculados à violência, mas humanizar o espaço e contornar os rabiscos pichados com o emaranhado de flores de miolo amarelo, assim como vez a irmã visitante. "Ficamos sensibilizados com o trabalho das irmãs clarissas, que cuidam tão bem da conservação do mosteiro. Santa Clara era amiga de São Francisco, um ecologista na sua época, um homem amante da natureza", disse Maria Alzira, certa de que "se não podemos mudar, podemos transformar".


PIQUENIQUE Aproveitando a folga, o coletivo uniu o útil ao agradável e fez até piquenique na calçada da Rua Santa Rita Durão, convidando quem passava a chegar mais perto para ver ou tomar um copo de suco, chupar mexerica ou comer biscoito polvilho. "Estou achando sensacional, porque é uma proposta muito humana, com gentileza e carinho. Com essas cores, o muro fica lindo", disse a analista administrativa Andrezza Miranda, moradora do Bairro Santa Amélia, na Região da Pampulha, e que pôde ver a cena de "camarote", já que estava sentada no banco do ponto de ônibus bem em frente ao muro.


Indo para a aula de violino, a estudante Laura Monteiro, de 12, moradora do Bairro Nova Cintra, na Região Oeste, parou para dar uma olhada. E aplaudiu. "Ficou muito legal. É muito interessante o que estão fazendo, pois as pessoas picham e estragam o patrimônio da cidade". A madre superiora do Mosteiro Santa Clara, irmã Fernanda, gostou da ideia e agradeceu: "Está bom".


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