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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 12-05-2015 - 10:02 -   Notícia original Link para notícia
Juros atingem maior nível desde 2011

Taxas das operações de crédito subiram em abril pelo sétimo mês consecutivo



O cenário de maior inflação, alta de juros e expectativa de maior inadimplência levaram a novo aumento dos juros do cartão de crédito


São Paulo - As taxas de juros das operações de crédito para pessoas físicas e jurídicas subiram em abril pelo sétimo mês consecutivo e renovaram os maiores patamares desde de 2011, segundo pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

No caso das pessoas físicas, novamente houve aumento nos juros em todas as seis linhas pesquisadas: juros do comércio, cartão de crédito rotativo, cheque especial, CDC-bancos-financiamento de veículos, empréstimo pessoal-bancos e empréstimo pessoal-financeiras. O juro médio subiu 0,06 ponto percentual em abril ante março, para 6,77% ao mês (119,48% ao ano), o maior nível desde julho de 2011.

Entre as pessoas jurídicas, houve alta nas três linhas (capital de giro; desconto de duplicatas; e conta garantida). O juro médio avançou 0,08 pp no mês passado ante o anterior, para 3,97% ao mês (59,55% ao ano), o patamar mais alto desde novembro de 2011.

Segundo a Anefac, as altas podem ser atribuídas a três fatores: cenário macroeconômico que aumenta o risco de elevação da inadimplência; aumento da Selic; e expectativa de mais aperto monetário em função da inflação alta.

"Tendo em vista o cenário econômico atual que aumenta o risco de elevação dos índices de inadimplência, bem como as prováveis novas elevações da taxa básica de juros frente a uma inflação mais elevada, a tendência é de que as taxas de juros das operações de crédito voltem a ser elevadas nos próximos meses", diz a associação em relatório.

A Anefac aponta que, considerando todas as elevações da Selic promovidas pelo Banco Central desde março de 2013, houve uma elevação de 6,00 pp (ou alta de 82,76% na taxa básica de juros), para o nível atual de 13,25%. No mesmo período, a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma elevação de 31,51 pp (35,82%). Já na pessoa jurídica houve uma elevação de 15,97 pp (36,65%).


Criteriosos - Na avaliação do diretor executivo da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, o atual ciclo econômico faz com que os bancos fiquem mais criteriosos e, por isso, elevam a taxa. Este cenário tem como pano de fundo a redução da renda das famílias, que estão com menos verba disponível para o pagamento de dívida devido à inflação e aumento de tarifas.

Além disso, há a expectativa de aumento das taxas de desemprego. "Tudo isso somado e o fato de que as expectativas para 2015 são igualmente negativas quanto a todos esses fatores, há a tendência de levar as instituições financeiras a aumentarem suas taxas de juros para compensar prováveis perdas com a elevação da inadimplência", avaliou.

Para Oliveira, como o Banco Central (BC) deve continuar elevando a Selic, que atualmente está em 13,25% ao ano, os juros para o consumidor continuarão em trajetória de alta. (AE e AG)



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