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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 07-05-2015 - 10:03 -   Notícia original Link para notícia
Indústria tem pior trimestre desde 2009

Economistas preveem queda de até 4% este ano e difícil recuperação


Depois de cair 5,9% no primeiro trimestre - a pior taxa desde o terceiro trimestre de 2009, quando recuou 8,1%, sob o efeito da crise econômica internacional - a indústria brasileira deve registrar em 2015 o segundo ano seguido de retração, dizem especialistas. No ano passado, a produção industrial caiu 3,2%. Há quem estime queda ainda maior, caso do banco ABC Brasil, que prevê perda de 4%. A LCA Consultores vai revisar para baixo a previsão de recuo de 3,5%.


Dados do IBGE divulgados ontem mostraram que a produção industrial caiu 0,8% em março, frente a fevereiro, pior que o esperado por analistas. Foi a menor taxa para março desde 2006. Em relação a março de 2014, a perda foi de 3,5%, a maior desde 2012.


- Esse resultado de março não aponta ainda nenhuma reação da indústria. São números preliminares, mas projetamos queda de até 3% em abril, na comparação com março - afirma Rodrigo Nishida, analista da LCA.


A produção industrial vem caindo há 13 meses frente a igual mês do ano anterior. Nunca ficou tanto tempo em queda. Desde novembro de 2008, o setor já passou por três fases de longo recuo na produção industrial. A mais recente foi de setembro de 2011 e julho de 2012.


- Naquele momento, o comportamento estava diretamente relacionado à crise econômica internacional, que afetava a confiança dos empresários. Agora, o cenário doméstico tem mais influência - explica André Luiz Macedo, economista do IBGE.


Segundo Macedo, as quedas de 2008 e 2009 foram mais intensas que as dos últimos meses.


Para Luís Otávio Leal, economista-chefe do banco ABC Brasil, mesmo mais branda, a crise atual é de solução mais difícil:


- Agora, o desequilíbrio é aqui. Por conta disso, o espaço para ativar a economia como em 2009 (como cortes de juros, por exemplo), não existe.


INVESTIMENTOS CAEM MAIS


O setor também tem um recorde negativo no trimestre: a queda de 5,9% foi a quarta seguida, quando se compara igual período do ano anterior. Frente aos três meses anteriores, são sete trimestres de recuo, segundo o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos do Ibre/FGV, Aloisio Campelo Junior:


- O segundo trimestre deve continuar ruim, até pelos ajustes que o setor está precisando promover, como de pessoal, modo de operação e estoques.


O resultado ruim foi espalhado por toda a indústria, mas os bens de capital (máquinas e equipamentos) e de bens duráveis (carros, eletrodomésticos) registram perdas mais intensas. A produção de bens de capital caiu 4,4% frente a fevereiro e 12,4% em relação a 2014. Já o de bens duráveis caiu 3,1% frente a fevereiro.


O diretor do Instituto de Economia da Unicamp, Fernando Sarti, acredita que a saída pode vir de investimentos em infraestrutura nos próximos anos:


- É passar 2015 fazendo o arranjo político institucional para deslanchar os investimentos em 2016. Ou então, recuperação só em 2017.


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