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Portal EM ( Últimas Notícias ) - MG - Brasil - 03-05-2015 - 13:46 -   Notícia original Link para notícia
Um approach significativo

Patrocínio inédito da Codemig leva Minas Trend a crescer em pleno cenário de crise econômica




O novo desafio na carreira de sucesso de Fernanda Medeiros Azevedo Machado já rendeu os primeiros frutos. Diretora de fomento à indústria criativa da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig), a gestora conduziu um projeto recente na entidade de suma importância para a indústria mineira de moda: patrocínio inédito ao Minas Trend. O novo projeto não inclui apenas o repasse de recursos, mas traz como meta o crescimento do salão mineiro de business fashion e a atração do turismo de negócios, com ênfase para a maior participação de empresas do interior e para a capacitação de toda a cadeia produtiva. Para tanto, envolve parcerias com entidades como o Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas), com a própria Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) por meio de programas do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e outros voltados ao setor e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A seguir, a profissional fala sobre os primeiros resultados do projeto - já em vigor desde a última edição do evento, realizado de 7 a 10 de abril no Expominas, e adianta quais serão as metas para a edição de outubro do salão de negócios de moda, já consolidado como o maior e mais importante do país.



 


 


Qual é a sua formação?
Sou formada em comunicação social com habilitação em relações públicas. Fiz Mestrado em administração de negócios (MBA) em gestão de negócios.

Como conduziu a carreira?
Minha primeira atividade profissional relevante foi como estagiária do setor de comunicação da Fiemg, em 2000. Dali já tive contato com algumas empresas, percebi a importância daquela instituição profissionalmente e a possibilidade de abrir um leque de relacionamentos que poderiam me levar pra frente. De lá fui para a Usiminas, onde atuei no Instituto Cultural durante três anos e, com a entrada do dr. Marco Antônio Soares da Cunha Castello Branco, fui transferida para a área de marketing, no setor comercial.

Quais eram as atividades desempenhadas? 
Lá comecei a vender aço e era a única mulher em um âmbito de 16 engenheiros homens. Acho engraçado, porque homens juntos precisavam de um grau de organização muito maior, então fui inserida na área que falava sobre o desenvolvimento de novos produtos, soluções de engenharia, E foi um dos momentos mais interessantes que vivi porque tive a sorte de lidar com muita gente legal.

Você também atuou na Secretaria de Estado de Cultura. 
Saí da Usiminas e assumi a chefia do gabinete da Secretaria de Estado de Cultura, junto com a então secretária Eliana Parreiras. Foi o primeiro "choque cultural" que tive porque saí da iniciativa privada e passei a atuar no poder público. Nesse período fui presidenre do Iepha, da Faop, da Rede Minas e ainda respondia por duas superintedências. Então, desempenhar todas essas atividades agregou muito. Fiquei no gabinete por dois anos e meio e aí fui para a Fundação Clóvis Salgado, entidade que presidi até 19 de janeiro deste ano.

O que é mais desafiador na gestão pública? 
A gestão pública é um grande desafio. A gente sempre trabalhou com muitos projetos e sempre é muito bacana realizá-los, mas lidar com recurso público é sempre desafiador. É muito trabalho. Na área cultural, o público tem um contato mais próximo, enxerga essas dificuldades e dá valor. Então, é gratificante.

Quais são as suas atribuições na Codemig? 
Assumi a Diretoria de Fomento à Indústria Criativa em que vamos trabalhar com alguns pilares importantes. Nela, nosso foco estará na moda, no design (principalmente o relativo a pedras preciosas), no audiovisual, em novas mídias e expressões culturais de modo geral (como a questão do artesanato). Também na música, ressaltando a Sala Minas Gerais e as atividades do Centro de Cultura Presidente Itamar Franco como um todo, que foi construído pela Codemig. Trabalharemos com grandes projetos e manifestações que possam alavancar principalmente essa questão do turismo de negócios, que é o carro-chefe da entidade.

É a primeira vez que a Codemig patrocina o Minas Trend. 
A Fiemg já queria uma parceria com a Codemig e pensamos em qual seria o modelo ideal. Porque nossa participação objetiva mais do que simplesmente o repasse de recursos para a execução de um evento. Queríamos lançar desafios, todo patrocinador quer ver crescimento, resultados. Então, apresentamos nossa contrapartida: só entraríamos se o evento crescesse. Definimos uma série de reciprocidades (praxe em toda política de patrocínio).

Quais são elas? 
Pra nós, a questão de visibilidade de marca passou a ser secundária. O que queremos mesmo é o aumento no número de compradores porque entendemos que uma feira de negócios tem que trazer empresas de fora do estado (de modo geral, temos que parar de fazer eventos para nós mesmos). O objetivo é fazer ações que sejam atrativas e que coloquem a capital e o estado na rota de turismo de negócios. Então, o Minas Trend é exemplo de que essa proposta é viável e pode ser potencializada. Para a 16ª edição, a Fiemg iria trazer 500 compradores. Pedimos o aumento para 700 nesta edição e para 835 na edição de outubro. Ficamos muito felizes porque no dia da abertura tivemos algo em torno de 785 compradores. Outro ponto importante é trazer mais expositores. Para outubro, a meta é um aumento de 15% no número de estandes, com ênfase para empresas do interior do estado.

Por que valorizar o interior?
Estamos focando mais o interior. Uma das políticas dessa gestão da Codemig é a questão da regionalização. Além disso, muitas marcas de BH já tem um prestígio e queremos que esse modelo de sucesso que elas alcançaram na capital seja repetido no interior. Na abertura da feira apresentamos um grande case de sucesso que é a Patrícia Bonaldi (grife de Uberlândia, no Triângulo Mineiro). Ela começou nesse evento com 15 cabides e hoje tem ali um número significativo de estandes. Ela se reiventou empresarialmente e esse é o foco da Codemig. Colocamos também para a Fiemg outros desafios que serão viabilizados por meio de parcerias com o Servas, Senai, Sebrae, na promoção de cursos de formação técnica, capacitação, treinamento.

Como funcionará?
Fizemos um mapeamento junto aos sindicatos e um dos principais gargalos apontados é a ausência de mão de obra qualificada. Em recente pesquisa, 83% dos empresários entrevistados citaram essa questão. Também 83% responderam que a dificuldade de custear a mão de obra é outro entrave para o crescimento. Há, ainda, a perda da mão de obra formada por costureiras, bordadeiras e modelistas porque hoje vivemos um momento em que a filha da costureira não se enxerga mais como costureira, ela que ser estilista. Isso faz com que a mão de obra atual tenha faixa etária já madura, entre 50 e 60 anos. Então, essas entidades irão criar e oferecer cursos. Já no segundo semestre o Senai vai atender a três praças com a disponibilidade de 20 vagas (em cada uma) em cursos de formação técnica. São programas de 80 a 120 horas/aula, com formação pesada importante e que muitas vezes as pessoas não têm condições de custear.

Outras iniciativas em destaque?
Ah, sim, entre elas a instituição do Prêmio Empresa Tendência 2015, distinção que tem por objetivo divulgar e fortalecer as marcas de vestuário, bolsas, calçados e joias/bijuterias do interior que participam do salão de negócios do evento, em parceria com a Codemig e do Serviço Social da Indústria de Minas Gerais - Sesi/MG. O prêmio contemplou as duas primeiras colocadas com um estande gratuito na próxima edição do Minas Trend (outono/inverno 2016) e consultoria do Sebrae/MG para potencializar o negócio e alavancar as vendas. As vencedoras foram as grifes de bijuterias Simone Salles (sediada em Lagoa Santa) e a de vestuário Roberta Brandão (de Juiz de Fora).

Essa parceria inédita entre Codemig e Fiemg tem a ver com a sua entrada na entidade?
Não. A Codemig hoje tem o privilégio de contar com um presidente que foca a questão do desenvolvimento da indústria criativa. Quando a gente senta e faz uma abordagem como essa tem sempre a liderança dele, ele pontuou esses modelos, tem uma visão diferenciada, seja no âmbito da cultura seja no âmbito do empreendorismo. Ele mesmo já liderou projetos significativos que mudaram um pouco essa interface da economia criativa.

O que é a moda para a Codemig? 
È um Brasil que vende em torno de R$ 70 bilhões de reais ao ano e emprega 1,7 milhões de brasileiros. Em Minas Gerais, é uma indústria que emprega mais de 150 mil pessoas. É um setor que hoje tem uma participação significativa para a economia do estado. Aqui, ninguém a vê como um tema fútil, mas com um mecanismo que alavanca o emprego e a renda do nosso estado. A cada dia você pode ver a presença da moda mineira muito mais forte no território nacional e internacional. Hoje, 141 países compram produtos de moda do Brasil e Minas Gerais está ai, participando dessa realidade.

E o Minas Trend? 
O evento precisa de parceiros. Já havia o pleito, só ditamos o modelo da parceria. Um grande diferencial que pontuamos aqui na Codemig é o fato de ser um salão de negócios em conjunto com a atividade de desfiles no mesmo lugar. Então, o cliente assiste ao desfile e dali já sai e faz o pedido, fica satifeito porque otimiza melhor o tempo. E é o maior salão de negócios de moda do país, sem sombra de dúvidas, colocando Minas Gerais em lugar de destaque.

A parceria com a Codemig será de longo prazo? 
Se tudo der certo, claro que sim. Hoje pela manhã fizemos um pequenos repasse do que foi essa iniciativa e achei alguns dados muito interessantes. Primeiro, houve estande que já com essa potencialização de compradores vendeu no segundo dia de evento mais que em toda a última edição. Outro aspecto foram as falas que escutamos durante a feira dando conta de que em um momento de crise é muito interessante ver o estado participar, melhorar a atuação, não se omitir a uma situação como essa da moda. Isso foi muito legal porque havia um certo receio em relação a essa edição dado o cenário econômico nacional e essa participação, essa iniciativa mudou de maneira significativa os resultados. Ficamos muito satisfeitos ao ouvir isso. E é um trabalho em conjunto, porque quando você impõe um desafio como foi colocado para a Fiemg e ela executa de maneira tão benfeita em um tempo hábil curto percebemos que é possível chegar bem longe mesmo.


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