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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 01-05-2015 - 09:35 -   Notícia original Link para notícia
Varejo não deve abrir vagas de temporários para o Dia das Mães

Tamanho é o pessimismo dos lojistas de Belo Horizonte em relação ao desempenho das vendas no Dia das Mães, que a contratação de mão de obra temporária, típica medida adotada pelo comércio em épocas sazonais, não está sendo adotada neste exercício. Mesmo tendo a data como a segunda melhor para os negócios, ficando atrás somente do Natal, a maioria das lojas vai manter o mesmo número de funcionários para atender as vendas relativas ao período.

A Ideale, rede de lojas que comercializa calçados femininos e masculinos, com 18 unidades no País, sendo 10 em Belo Horizonte, por exemplo, costumava contratar funcionários temporários nesta época, a fim de alavancar e melhorar o atendimento junto aos consumidores. No entanto, segundo o proprietário Marcelo Rolim, com o atual cenário econômico, a empresa alterou seus planos e ações.

"O desempenho está fraco para todo mundo. Além disso, como já temos que ter um número de funcionários maior para atender a carga horária da categoria, acaba ficando dimensionado para que os mesmos atendam o período tradicional e o sazonal, principalmente nesta época em que a demanda não está tão elevada", diz.

Hoje a rede conta com 140 funcionários na Capital. Em relação ao desempenho das vendas do Dia das Mães, Rolim acredita que será mantido o mesmo patamar do ano passado. " que em 2014 tivemos a Copa do Mundo neste período, o que também atrapalhou o ritmo de comercialização", explica.


Custo - A Água Fresca Lingerie, que conta com cinco lojas em Belo Horizonte, também não vai contratar. A proprietária da empresa, Juliana Morais, justifica que os funcionários da loja precisam ser treinados e o custo para contratação acaba sendo ainda maior. "Em épocas de baixo desempenho é preferível mantermos o mesmo contingente", diz. Hoje são cerca de 40 funcionários.

Sobre os níveis de venda, a empresária afirma que está trabalhando dentro da realidade do País, deslumbrando ao menos a manutenção dos valores do ano passado. "Se conseguirmos algum crescimento, vamos comemorar. Para isso, estamos adotando algumas estratégias como descontos e promoções a fim de atrair um volume considerável de clientes", revela.

A Ideiaz, loja de artigos para presentes, localizada no Minas Shopping, vai aproveitar o tradicional aumento da demanda em função da data comemorativa para colocar em dia as horas devidas pelos funcionários. Isso porque, conforme a gerente Juliana Baeta, os cinco colaboradores da loja são contratados para 44 horas semanais e trabalham apenas 36. " neste momento que eles zeram o banco de horas e também têm oportunidade de ganhar um pouco mais", destaca.

Segundo ela, as compras relativas à data também foram antecipadas e o estoque já foi formado, o que também vai colaborar com a organização da loja, de maneira que menos mão de obra seja demandada. "Eu acredito que vai dar para ter algum resultado nas vedas, porque estamos preparando kits promocioais e também porque sabemos que este Dia das Mães será voltado mais para as chamadas lembrancinhas", afirma.

Já o franqueado da marca de dermocosméticos Adcos, Guerra Filho, argumenta que sua demanda não justifica a contratação de mão de obra temporária. Segundo ele, os dermocosméticos geralmente são opções de quem se autopresenteia. "O brasileiro ainda não tem muito esse hábito. Por isso, nosso segmento não sente tanto o impacto de uma data como esta", admite.

Assim, conforme Guerra Filho, ao longo do tempo constatou-se que não havia necessidade da contratação. "Já temos um número de colaboradores na loja que dão esse suporte mesmo nestas épocas. Além disso, cada loja, cada shopping e cada região tem seu comportamento", defende.


Grandes redes crescem abaixo do esperado


São Paulo - As vendas reais do varejo cresceram 2% em março, segundo estudo elaborado mensalmente pelos associados do IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo). O resultado ficou abaixo da expectativa de crescimento de 5,4% divulgada pelo instituto.

Em nota, o IDV considerou que a comparação anual é afetada por um efeito de calendário. Em 2015, o Carnaval foi no mês de fevereiro, mas em 2014 o evento havia acontecido em março. Além disso, a presidente do IDV, Luiza Helena Trajano, também presidente da varejista Magazine Luiza, considerou que as perspectivas dos associados tem sido afetadas pela mudança no cenário econômico, com redução da renda real das famílias e queda da confiança do consumidor.

IAV-IDV (Índice Antecedente de Vendas) também indica a expectativa para os próximos três meses dos associados, que são algumas das maiores redes de varejo do Brasil. Os varejistas estimam crescimento real de 3,4% em abril, 2,68% em maio e 4,5% em junho, sempre em relação aos respectivos meses de 2014.

O segmento de bens não duráveis, que responde em sua maior parte pelas vendas de super e hipermercados, foodservice e perfumaria, apresentou crescimento de 0,55% em março deste ano, valor abaixo da média do IAV. A expectativa futura é de um crescimento maior nas vendas: 1,6% em abril, 1,7% em maio e 2,32% em junho.

Já o setor de bens semiduráveis, que inclui vestuário, calçados, livrarias e artigos esportivos, ficou acima do IAV em março, com fechamento de 7,2%. A estimativa de crescimento é de 7,3% em abril, 5,5% em maio e 8,7% em junho. Para o segmento de bens duráveis, os associados divulgaram resultado real de 0,33% em março. Para os meses subseqüentes, a expectativa de crescimento real é de 3,2% em abril, 2,1% em maio e 4,6% em junho.

O IDV representa 64 empresas varejistas de diferentes setores. Entre os associados estão grandes grupos como Pão de Açúcar, Lojas Americanas, Magazine Luiza, Raia Drogasil, entre outros. (AE)


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