Startups estrangeiras ganharam uma possibilidade de entrada para o mercado brasileiro. O portal land2land foi criado para aproximar empreendimentos a parques tecnológicos e incubadoras de negócios no Brasil e no exterior. Segundo Alexandre Steinbruch, coordenador de projetos de internacionalização da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), a ação no país é desenvolvida mediante parceria entre a entidade, o Sebrae e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Os parceiros já investiram cerca de R$ 600 mil na iniciativa, até 2016.

Doze incubadoras e parques tecnológicos, como o Celta, em Florianópolis; o Cietec, em São Paulo, e o Porto Digital, em Recife, devem receber mais de 20 empreendedores estrangeiros até junho de 2015, de forma temporária, no período de um a seis meses. A maior parte dos visitantes é financiada pelo Connect, projeto de estímulo ao desenvolvimento do empreendedorismo co-financiado pela Comissão Europeia.

O land2land fornece apoio de infraestrutura, informações de mercado e de financiamento, dados sobre estratégias de entrada e de legislação. Além do Brasil, engloba instituições em mais de dez países, como Espanha, Inglaterra, Índia e Coreia do Sul. "O objetivo é atrair negócios promissores que desejam se internacionalizar e contatar incubadoras e parques aptos a avaliar a receptividade de produtos ou serviços no mercado pretendido, até a instalação da empresa em outro país", explica Steinbruch.

No Celta, um intercambista da Bulgária, Velin Koychev, de 26 anos, criou no ano passado a Wiziva, startup da área de desenvolvimento de websites, depois de um investimento de 30 mil euros. Com cinco funcionários, já conquistou centenas de clientes de pequeno e médio porte, a maioria nos Estados Unidos. "O nosso diferencial é oferecer uma plataforma aberta para a criação rápida e barata de qualquer tipo de site", diz. "Há grandes oportunidades de mercado no Brasil".

Mais dois empreendedores do exterior devem chegar ao Celta, segundo a assistente de relações internacionais Daniele Prozczinski. "Os futuros visitantes, um de Portugal e mais outro búlgaro, são da indústria de entretenimento e de um e-commerce que pretende se expandir para o Brasil", diz. Devem permanecer no país por um mês. "O plano é conhecer melhor o mercado". De outubro a dezembro de 2014, a incubadora catarinense também hospedou uma empresária romena, Diana Condrea, que trabalha no setor de turismo.

A Cietec também tem um empreendedor da Bulgária, Nedyalko Dervenkov, de 28 anos. Com escritório em Sofia, a Wr1st foi fundada em 2013 e desenvolveu uma pulseira para a realização de pagamentos móveis e acesso a eventos. "O produto funciona como um ingresso. Os organizadores podem localizar o usuário e ter informações, em tempo real, dos pagamentos realizados", diz Dervenkov. A novidade já foi usada em dois festivais de música.